Em 2012 e 2013, protagonistas de algumas das mais expressivas instituições de artes visuais do mundo estiveram nos encontros internacionais promovidos pela ARTE!Brasileiros em São Paulo. Para discutir o colecionismo e o papel que cabe hoje aos diferentes agentes do mundo da arte, recebemos personalidades como, entre outros, Eduardo Costantini, fundador e presidente do argentino Malba – Museo de Arte Latinoamericano; Patrick Charpenel, curador e responsável pela Coleção JUMEX, no México; Ella Cisneros, da fundação CIFO, sediada em Miami, nos EUA; representantes do Guggenheim Museum de Nova York, da Tate Liverpool, do Reino Unido; das instituições chinesas Asia Art Archive, de Hong Kong, e Ullens Center for Contemporary Art, de Beijing; e da Garage Center for Contemporary Culture, de Moscou, Rússia.
A experiência dos dois primeiros seminários, abertos ao público e gratuitos, tornou-se referência para a construção de debates qualificados e propiciou aos participantes a rica oportunidade de conhecer o pensamento e as ações que consolidam o êxito de alguns dos mais relevantes centros de cultura de outros países. Encontros que também permitiram a nós incorporar informações e confrontá-las com o que fazemos no Brasil, em um exercício bilateral com nossos convidados que, por sua vez, foram apresentados aos nossos especialistas, ao público brasileiro, a nossos museus e galerias.
Neste ano, em sua 3a edição, o Seminário Internacional ARTE!Brasileiros consolida estratégias e amplia sua abrangência. O evento acontecerá em São Paulo, na quinta-feira, 4 de setembro, no Auditório Ibirapuera (em paralelo à abertura da 31a Bienal de São Paulo), e também, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, na terça-feira, 9 de setembro (às vésperas da abertura da feira ArtRio).
Os temas que serão debatidos estão especificamente ligados às questões da contemporaneidade, termo usado para quase tudo, sem ter muita clareza do que se está falando. Afinal, quando começa o contemporâneo? Qual é sua relação com o tempo? O que significa ser contemporâneo? O que e quem define aqueles que entram nessa definição? Como deveríamos entender o “ser contemporâneo” à luz das diferenças e especificidades culturais? Que discursos estão inscritos na contemporaneidade da arte latino-americana? Questões em aberto, que serão debatidas e refletidas, no seminário, por meio dos diferentes ângulos teóricos de nossos convidados.
Charles Esche, curador-geral da 31a Bienal de São Paulo, e um dos nomes que integrará o painel de palestrantes de nosso III Seminário Internacional, declarou em entrevista à Brasileiros na edição de agosto último: “(…) Vivemos nessa transição entre o moderno e o contemporâneo, que tem implicações em vários níveis: cultural, emocional e também político e econômico. E é esse o desafio: transitar num mundo moderno com uma cabeça contemporânea”.
Para Andrea Giunta, historiadora e pesquisadora da Universidade de Austin, Texas, na qual fundou o Centro de Estudos Visuais da América Latina (CLAVIS), uma das convidadas do painel América Latina e a Contemporaneidade: “Trata-se de seguir as mutações que, na arte contemporânea, nos permitem entender melhor e sentir de outra forma a complexidade do tempo em que estamos imersos. (…) A arte contemporânea observa os sintomas do passado no presente, os arquivos que permanecem vigentes. Não se trata da pergunta pela origem daquilo que determina o momento que vivemos, o tempo contemporâneo, porém pelos seus rastros, pelos sintomas dispersos de um passado que continua ativo – mesmo que disfarçado na roupagem da imobilidade – em um tempo que nem todos querem que se abra à contemporaneidade”.
O elenco de especialistas confirmados é excepcional. Adam Szymczyk, diretor da dOCUMENTA 14 e Kunsthalle Basel (Suíça); Galit Eilat, curadora da 31a Bienal de São Paulo (Israel); Peter Pál Pelbart, filósofo e professor da PUC-SP (Brasil); Alanna Heiss, diretora da Clocktower Productions e fundadora do P.S.1 Contemporary Art Center – hoje, MoMA PS1 (EUA); Adrienne Edwards, curadora da PERFORMA (EUA); Matt Williams, curador do ICA – Institute of Contemporary Arts London, (Reino Unido); Liz Munsell, curadora do Museum of Fine Arts Boston (EUA); Dan Fox, coeditor da Frieze Magazine (EUA); Agustín Pérez Rubio, diretor Artístico do Malba (Argentina); José Roca, curador do Estrellita B. Brodsky Arte Latinoamericana Tate London e diretor do FLORA ars+natura (Colômbia); Julieta González, curadora do Bronx Museum, Nova York, e do Museo Rufino Tamayo (México); Tânia Rivera Professora da Universidade Federal Fluminense – UFF (Brasil).
A curadora e editora da ARTE!Brasileiros, Leonor Amarante, e o colaborador especial, crítico de arte de nossa publicação e da Folha de S.Paulo, Fabio Cypriano, que também é professor na PUC-SP, serão mediadores dos painéis e vão fazer a interlocução do debate entre os convidados e o público. Especificamente no Rio de Janeiro, Eugenio Valdés, diretor de Arte e Educação da Casa Daros (Brasil); Suzanne Modica, sócia do TWAAS – Thea Westreich Art Advisory Services (EUA); Yesomi Umolu, curadora do Eli and Edy the Broad Art Museum, Michigan State University (EUA), tratarão do “Contemporâneo nas Coleções”.
O Seminário encerra com a visita do público ao Preview da Exposição POROROCA no MAR, com uma apresentação exclusiva do diretor cultural do Museu de Arte do Rio, Paulo Herkenhoff. Como nas edições anteriores, nosso esforço para difundir e documentar as apresentações contará com as equipes de jornalistas e cinegrafistas da Brasileiros e serão transmitidos em tempo real, on line, por meio do canal TVWeb!Brasileiros no site www.brasileiros.com.br.
Até lá!
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