Em 2014, o VILABrasileiros, evento organizado em parceria pela Revista Brasileiros e a Livraria da Vila, tratou sobre crítica, futebol e literatura, literatura no exílio, Shakespeare. Para a última edição deste ano, o assunto foi a obra de Murilo Mendes, autor que teve seus principais livros relançados recentemente pela Cosac Naify.
Para falar sobre o poeta com Daniel Benevides, editor especial de literatura da Brasileiros, os convidados foram o poeta e escritor Fabrício Corsaletti e o músico e compositor Zeca Baleiro, dois fãs de Murilo Mendes, mas não especialistas, o que deu um ar de bate-papo entres os convidados. “Papo de amantes da poesia”, definiu Zeca Baleiro.
Na abertura, Zeca leu “Canção do exílio” e Fabrício escolheu “Modinha do Empregado de Banco”. A conversa passou por vários tópicos da carreira do poeta: o inicio modernista, sua conversão ao catolicismo, estilo e temática.
Sobre a influência de Mendes em suas obras, Zeca e Fabrício concordaram: não seriam pretensiosos em afirmar alguma herança direta. “A influência do Murilo tem mais importância com o momento que eu li sua obra. Tava começamento a compor, fazer canções”, comentou Zeca.
Em um exercício de imaginação, a dupla pensou como seriam as poesias de Murilo Mendes se ele vivesse nos dias de hoje. Fabrício apostou na ideia de que Mendes teria voltado a ser ateu, já Zeca Baleiro imaginou um poeta assustado com a modernidade do mundo, infeliz até, mas produzindo muito justamente por conta disso.
No encerramento, Zeca Baleiro cantou à capela um trecho de Mulher Amada, sua versão musicada para o poema Relatividade da Mulher Amada de Murilo Mendes.
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