O mercado de trabalho brasileiro tem sido uma das alegrias da equipe econômica e da presidenta Dilma Rousseff. A taxa de desemprego recuou para 4,9% em setembro, a menor da série histórica para o mês, iniciada em 2002. Trata-se de uma situação muito próxima ao pleno emprego, sonho de consumo de qualquer país.
Uma das explicações este resultado tão bom, tendo em vista o fraco desempenho do PIB, é o fato de que o desemprego é o último a reagir, tanto em fase de bonança econômica como de crise. Se a atividade vai bem, os empresários tendem a postergar contratações – usando hora extra, por exemplo – até sentirem firmeza no crescimento. O inverso também é verdadeiro. Quando a economia começa a piorar, os empresários não saem demitindo a torto e direito, porque mandar funcionário embora custa um bom dinheiro e recontratar no futuro implica treinamento e fase de adaptação.
Aparentemente, o empresariado começa a se convencer de que a maré não está para peixe. Na sexta-feira (14), o Ministério do Trabalho divulgou que, em outubro, houve mais demissões do que admissões no País. Com isso, 30.283 vagas foram fechadas, segundo o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged).
A notícia é ruim. Foi o pior resultado para outubro desde 1999. Cedo ou tarde, o PIB fraquinho bateria no mercado de trabalho. A hora parece ter chegado.
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