A 9ª edição da Balada Literária, que vai dessa quarta, dia 19, a domingo, 24, em vários lugares (ver aqui a programação), foi a mais difícil de ser organizada, segundo seu idealizador, o escritor Marcelino Freire: “todo mundo dizia: é ano de Copa, de eleições…é uma guerra danada pra fazer a Balada, sofro demais, mas eu digo, vamos nessa, sem medo, com a boa teimosia.”
A personalidade de Marcelino, um sujeito animado, informal, bem-humorado, afetuoso, dá o tom da Balada desde o primeiro ano, em 2006. “Eu estava na Flip e só tinha cerveja quente. Então virei pro Samuel Seibel, da Livraria da Vila, e disse: vamos fazer nosso evento lá na Vila Madalena?”
E assim foi, “viva, pulsante e sem frescura”, como gosta de dizer Marcelino. Os homenageados nesse ano são a escritora negra Carolina Maria de Jesus, autora do clássico Quarto de Despejo, um depoimento único, direto da favela paulistana do Canindé, em que vivia; e o dramaturgo Plínio Marcos, autor “maldito” de Navalha na Carne e Dois Perdidos numa Noite Suja. O primeiro dia da Balada, quando será encenada, no teatro Oficina, a peça O Assasinato do Anão do Caralho Grande, coincide com os 15 anos da morte do dramaturgo.
Como os demais anos, em que participaram desde nomes de peso, como João Ubaldo Ribeiro, Caetano Veloso, Raduan Nassar e Antonio Candido, a escritores que estão surgindo ou que não receberam o reconhecimento devido, esse ano a programação mistura debates a saraus, shows, apresentações de teatro e espetáculos os mais diversos. Entre eles, o show com Fabiana Cozza e convidados, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, no Sesc Pinheiro e uma roda de funk na Confraria Nossa Casa. Teatro Brincante, Cooperifa, Itaú Cultural e Biblioteca Alceu Amoroso Lima são alguns dos outros parceiros.
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