A produtividade no Brasil cresce pouco desde o fim da década de 1970. Entre 2003 e 2010, a retomada do crescimento econômico e a melhoria dos termos de trocas internacionais possibilitaram a recuperação de ganhos relativamente elevados de produtividade. No entanto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será cada vez mais dependente de aumentos na produtividade do trabalho.
Esta é a principal conclusão do primeiro volume da série Produtividade no Brasil, intitulado Desempenho, lançado ontem (20) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA). A publicação foi organizada por Fernanda De Negri, diretora de Estudos Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset) do Ipea, e Luiz Ricardo Cavalcante, consultor legislativo do Senado Federal, em uma parceria do Ipea com a ABDI e diversas universidades e instituições de pesquisa do país.
Segundo o livro, a produtividade da economia brasileira cresceu pouco não porque aumentou a participação de setores pouco produtivos na estrutura produtiva, mas porque não aumentou a produtividade em todos os setores econômicos. Os fatores de maior impacto sobre a produtividade no Brasil são a tecnologia, a qualidade da mão de obra, as deficiências de infraestrutura e o ambiente de negócios.
A qualidade do ambiente econômico permaneceu praticamente estagnada entre 2003 e 2014, sem melhorias em quase nenhum indicador. Em um mundo em que a maioria dos países apresentou avanços significativos nesse ponto, a estagnação do Brasil piorou significativamente a posição relativa do País.
Deixe um comentário