A vida da presidenta Rousseff não está fácil. Nem nomeou formalmente os novos ministros e já está recebendo fortes críticas dos históricos aliados de esquerda. Isso sem contar a acusação das oposições de que ela estaria praticando “estelionato eleitoral”, por sinalizar uma gestão mais conservadora em termos econômicos e sociais.
Com o nome Em Defesa do Programa Vitorioso nas Urnas, intelectuais de esquerda lançaram uma petição pública em que criticam os primeiros sinais da nova postura de Dilma, que “parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou”. O texto é assinado por nomes como Luiz Gonzaga Belluzzo, João Pedro Stédile, Leonardo Boff, José Arbex e André Singer, entre outros.
“Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas.”
Segundo o texto, a presidenta ganhou mais uma chance nas urnas “não porque cortejou as forças do rentismo e do atraso e sim porque movimentos sociais, sindicatos e milhares de militantes voluntários foram capazes de mostrar, corretamente, a ameaça de regressão com a vitória da oposição de direita”.
O texto é finalizado com uma espécie de xeque-mate: “A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu.”
Repetindo, a vida de Dilma não está nada fácil.
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