Até mesmo o mais capacitado candidato a uma vaga pode cometer um deslize aqui outro ali. Agora, em uma disputa altamente competitiva, qualquer erro pode custar o emprego de seus sonhos. “Aprender a evitar armadilhas desde o início pode tornar os resultados de sua busca por um novo trabalho mais produtiva”, observa Ford Myers, consultor de carreira e autor do livro “Get The Job You Want, Even When No One’s Hiring” (Consiga o emprego que quer, mesmo que ninguém estiver contratando, em tradução livre). Aqui, algumas dicas para evitar tropeços nessa jornada.
Erro número um: responder apenas anúncios online
Postagens de emprego em plataformas online, de maneira geral, produzem pouco retorno. Na visão do especialista, não vale gastar mais do que 5% do tempo respondendo esse tipo de oferta. O ideal é dedicar-se mais intensamente no trabalho de construção de uma rede de contatos mais produtiva para ajudá-lo nessa tarefa. Aproximadamente 60% dos 1,8 mil recrutadores e gestores de RH entrevistados pela pesquisa Jobvite 2014 afirmaram que fizeram contratações baseadas em referências e indicações.
Erro número dois: enviar currículos-spam
Muitos recrutadores consideram currículos não solicitados como lixo, papel de rascunho e desperdício de esforços. O consultor de carreira, Rick Gillis, concorda com tal afirmação, ressaltando que seu currículo pode, caso não obedeçam parâmetros, ser rejeitado até pelos sistemas de banco de currículos de algumas organizações.
Erro número três: olhar apenas oportunidades abertas
Mais de 40% das vagas são criadas para os candidates, frequentemente durante uma entrevista cara a cara. Em outras palavras: essas posições não existiam antes de o candidato aparecer, comenta Myers. O desafio é “destravar” essas “oportunidades”. Doug Mitchell, CEO da empresa de vendas diretas Solutions, lembra-se de entrevistar uma moça para um cargo administrativo. “Ela sabia tudo que havia para saber sobre a nossa empresa, sabia muito sobre os outros aspectos do nosso negócio e tinha sugestões de como poderia enfrentar os desafios e ajudar-nos de outras maneiras. Contratei-a na hora para uma posição diferente daquela inicialmente planejada devido a suas habilidades”.
Erro número quatro: manter uma rede de relacionamento ineficiente
“Uma boa rede de relacionamento deve ser o foco principal de toda procura por emprego”, enfatiza Myers, sinalizando a necessidade de estabelecer relações de longo prazo que, apesar de evoluírem mais lentamente, se pagam em várias parcelas. Para isso, recomenda-se uma abordagem estruturada e profissional que garanta fácil acesso a seus contatos, diz Jayne Mattson, vice-presidente sênior de serviços ao cliente da Keystone Associates.
Estabeleça uma meta pessoal para, todos os meses, encontrar ou contatar três pessoas. Pode não ser sempre algo ao vivo. Considere enviar mensagens curtas pelo LinkedIn ou por e-mail perguntando o que a pessoa anda fazendo. Caso consiga encontros presenciais, aproveite para atualizar seu interlocutor do que faz pessoal e profissionalmente.
Erro número cinco: ficar aberto a muitos tipos de trabalho
Apesar de ser importante manter-se aberto a oportunidades não tão específicas, é fundamental não abrir-se demais para não perder o foco. “Outro ponto-chave para obter sucesso na busca por um emprego é encontrar as oportunidades certas – não apenas qualquer trabalho”, comenta Myers. Antes de começar a procura, tenha claro o tipo exato de posição que quer ocupar, mais do que especificamente um título no cartão de visitas. Com isso em mente, persiga toda sorte de oportunidades relacionadas às suas ambições.
Erro número seis: não planejar seus objetivos
Encontrar um trabalho ou mudar a carreira é uma tarefa em si (às vezes, procurar emprego dá mais trabalho do que trabalhar!) e deve ser encarada de maneira sistemática. Especialistas sugerem a definição de uma metodologia, dedicação de um tempo para planejar as ações, executar buscas, contatar empresas em potencial, ativar os contatos, melhorar o currículo…
Erro número sete: tentar fazer tudo sozinho
Considere a experiência de especialistas de aconselhamento de carreira, empresas de recolocação, etc. “São profissionais capazes de determinar certos focos e objetivos, ajudando-o a pensar ‘fora da caixa’ e direcionar seus esforços. Alguns podem até ajudá-lo em negociações de salários e outros detalhes”, ilustra Myers.
Erro número oito: terceirizar sua busca por emprego
Apesar de especialistas de aconselhamento de carreira e empresas de recolocação profissional sejam ferramentas úteis, tenha certeza que o controle da situação esteja sempre em suas mãos. Alinhe esse auxílio externo com seus valores e objetivos para ter certeza que não será levado a uma situação que não pretende embarcar. Um exemplo simples disso? Não deixe que esses profissionais alterem seu currículo sem a sua permissão e tenha certeza de que você, de fato, os autorizou a seguir adiante em eventuais abordagens a determinadas empresas.
Erro número nove: não se preparar adequadamente para entrevistas
De acordo com Myers, toda entrevista de emprego considera cinco elementos básicos: demonstrar seu valor, mostrar seu conhecimento sobre a empresa para a qual está se candidatando, fazer perguntas inteligentes, negociar alguns pontos e dar continuidade ao processo (following up). Faça pesquisas sobre a empresa contratante e sobre o executivo que irá entrevistá-lo.
“Ao ser entrevistado para um emprego de seus sonhos, o candidato deveria estar genuinamente interessado pela companhia e o entrevistador”, observa Mitchell, que adiciona: “Não tenha medo de estabelecer breves conexões pessoais com seu entrevistador, conversando sobre amenidades (inteligentes). Procure interesses em comum, por exemplo”.
Erro número dez: não saber seu valor de mercado
Você deve pesquisar e definir seu “valor de mercado” antes de uma entrevista individual, caso contrário, acabará negociando sem ter todos os dados para análise. “Quando chega a hora de falar de dinheiro, o empregador demonstra que você está entre seus candidatos mais apropriados para uma vaga. Antes de fazer sua oferta, tenha consciência de sua habilidade, conhecimentos e experiência para valorizar o que merece ser valorizado e tornar o processo de negociação menos doloroso”, comenta Myers.
Erro número onze: não pedir o emprego
Um dos maiores erros de quem procura emprego é não perguntar pedir emprego, de acordo com especialistas. Caso já consegue evitar as dez armadilhas citadas anteriormente em algumas situações eventuais, não conte vitória antes do tempo. Antes de sair da sala de entrevistas, aperte a mão do entrevistador com firmeza, agradeça pelo tempo e reforce sobre o quanto realmente quer aquele trabalho.
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