Pelo menos 12 pessoas morreram na manhã desta quarta-feira (7) em um ataque à redação do jornal Charlie Hebdo, de cunho satírico e que já se envolveu em polêmicas com muçulmanos, em um bairro residencial de Paris, na França. Segundo informações preliminares, três homens encapuzados chegaram ao local em um carro preto e, armados com metralhadoras, dispararam sobre as pessoas que estavam trabalhando no local. O número de mortes ainda é impreciso. Segundo a imprensa francesa, ainda há cinco feridos graves e, entre eles, um policial. A polícia francesa não prendeu ninguém até o momento.
Os principais veículos de comunicação da França já atribuem o atentado a jihadistas islâmicos radicais, ofendidos pelas recentes charges do jornal provocado a religião.
Na internet, alguns vídeos da ação chegaram a ser publicados, mas não é possível identificar os indivíduos. Logo após o atentado, o ministro da Cultura e Informação da França, Fleur Pellerin, e o presidente do País, François Hollande, visitaram o local. Em nota, o Palais de l’Élysée, sede do governo francês, informou que haverá uma reunião ministerial ainda nesta tarde para discutir o que será feito a partir de agora. “A França está em choque. Temos que mostrar que somos um país unido para levar estas pessoas que cometeram um atentado terrorista a Justiça”, disse Hollande, em entrevista coletiva. O plano Vigipirate, plano usado sempre em supostos atos de terror, foi acionado pelo primeiro-ministro, Manuel Valls.
Durante a manhã, várias autoridades se manifestaram repudiando o ataque. Entre eles o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que disse, no Twitter, que “os assassinatos são revoltantes”, e o presidente da organização Repórteres sem Fronteiras, Christophe Deloire, que lamentou o ataque como forma de repúdio ao trabalho da imprensa. “Estas coisas podem ser vistas no Paquistão ou na Somália, mas na França? É um ataque contra a liberdade de expressão e contra as liberdades. Teme-se pela repetição desse tipo de violência”, disse.
Entre os mortos estão: o economista Bernard Maris, e os chargistas Georges Wollinski, Cabu (Jean Cabut), Tignous (Bernard Verlhac) e Charb (Stephane Charbonnier), um dos mais famosos da França e responsável pelos desenhos mais polêmicos da publicação, envolvendo provocações a muçulmanos.
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Charlie Hebdo
O jornal Charlie Hebdo tem cunho satírico, é de esquerda e contém, em sua maior parte, ilustrações provocativas sobre política, comportamento, economia e assuntos internacionais. Fundado em 1970, ficou famoso mundialmente em 2011, quando, depois de publicar sátiras do profeta Maomé, teve a sua sede destruída por uma bomba. Na ocasião, o jornal havia publicado na capa o título “Sharia Hebdo”, numa referência à lei islâmica, que acompanhava caricaturas de muçulmanos radicais. A charge ainda tinha a legenda: “”Cem chibatadas se você não morrer de rir!”.
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