A maior passeata do mundo

Ameacei chorar várias vezes. Chefes de estado da Europa, da África, do Oriente Médio de braços dados lembraram as passeatas de 68 e 85. Na França e no Brasil. Aquela primeira fileira, com Hollande, Merkel, Netanyahu, Abbas evocou a passeata das Diretas Já no centro de São Paulo, com Ulysses, Brizola, Lula à frente. Ah… mas o Netanyahu? Ah… mas o Abbas? Por que não? Por que não deveriam estar? Só não compareceu quem não estava decididamente contra essa barbárie que se deu em Paris. Por que Obama não foi? Por que a Dilma não foi? por que o Putin não foi? Por que o papa não foi? Não importa. Volto à cena de ontem. Um silêncio ensurdecedor! Nenhuma provocação. Crianças, velhos, todos. Grupos cantando A Marselhesa. Cartazes de apoio à paz. “Eu sou judeu/ eu sou muçulmano/ eu sou cristão/ eu sou ateu/ eu sou Charlie”; “Eles não vão matar a liberdade.” “Não temos medo”. “Isso não é religião” (escrito sob o desenho de uma metralhadora).”Eles não vão ganhar!” Uma profusão de símbolos! Muita gente com lápis na mão!  Paris, capital da democracia. Paris, capital da liberdade. Não foi uma passeata do Ocidente, foi uma passeata da humanidade. É claro que nenhuma passeata vai dissuadir os homicidas em sua sanha sem outro objetivo senão a destruição (incluindo a deles próprios). Mas ao menos eles puderam ver que há muito mais gente contra eles do que a favor. Há muito mais gente a favor da vida do que da morte.


Comentários

2 respostas para “A maior passeata do mundo”

  1. Já está na hora de criminalizarmos o marxismo-leninismo, caça os registros de vários partidos de esquerda pelo mundo!

  2. Uma grande passeata contra o terrorismo provocado pela esquerda!

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