Morre no RJ, aos 60 anos, o produtor musical Lincoln Olivetti

Foto: Ramon Moreira
Foto: Ramon Moreira

Morreu ontem no Rio de Janeiro, aos 60 anos, vitimado por um infarto, o maestro e produtor musical Lincoln Olivetti. Ao lado do parceiro e multi-instrumentista Robson Jorge, também anônimo para muitos brasileiros, ironicamente , ele foi onipresente nas rádios do País nos anos 1980, por meio de artistas que produziu e para os quais escreveu arranjos. Caso de Rita Lee, com os sucessos Baila Comigo e Lança Perfume, Gilberto Gil, com Palco, Luar e Não Chore Mais, Marcos Valle, no hit Estrelar, Gal Costa, em sucessos como Festa do Interior, Um Dia de Domingo, Meu Bem, Meu Mal e até Roberto Carlos, em Fera Ferida. A lista não tem fim e passa por outros gigantes da MPB, como Jorge Ben Jor, Maria Bethânia, Fagner e Caetano Veloso.

Nascido em Nilópolis, em 17 de abril de 1954, Lincoln Olivetti iniciou os estudos de piano aos 3 anos de idade. Aos 9, já tocava em conjuntos de baile. Em 1970, lançou pelo selo Musidisc seu primeiro álbum solo Hot Parade. Anos mais tarde, o prodígio conheceu o músico Robson Jorge, também carioca e nascido seis dias depois dele, no dia 23 de abril de 1954. A parceria entre os dois moldou a sonoridade da MPB a partir da transição dos anos 1970 para a década seguinte.

Em 1982, a dupla lançou o primeiro e único álbum autoral Robson Jorge & Lincoln Olivetti, pela Som Livre, gravadora na qual foram por mais de uma década os produtores mais requisitados. Impregnado de texturas eletrônicas, extraídas de sintetizadores e programações eletrônicas, e de arranjos orgânicos de metais, o álbum tem um irresistível apelo dançante e é cultuado por DJ’s de todo o mundo, como Allen Thayer, que publicou na revista americana Wax Poetics, em homenagem aos 60 anos de Olivetti, em abril do ano passado, a mixtape Brazilian Boogie Boss, uma compilação de trabalhos feitos por ele entre 1978 e 1984. Em 19 de dezembro de 1993, Robson Jorge faleceu, aos 39 anos, em decorrência das complicações de um grave alcoolismo.

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Leia resenha da coluna Quintessência dedicada ao álbum Robson Jorge e Lincoln Olivetti.


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