O comediante francês Dieudonné foi preso nesta quarta-feira (14) por apologia ao terrorismo após ter escrito em sua página no Facebook comentários que sugeriam que ele aprovava os atentados da semana passada em Paris.
Após a sua detenção, Dieudonné M’Bala M’Bala será convocado perante o tribunal em uma audiência para responder pela suposta apologia, disse o procurador de Paris.
No domingo (11), ele postou na rede social a frase símbolo da marcha contra o terrorismo “Je Suis Charlie” (“Eu sou Charlie”) e acrescentou o sobrenome Coulibaly – do terrorista que invadiu mercearia judaica e matou quatro pessoas.
O ministro do Interior, Manuel Valls, que já condenou publicamente Dieudonné, em 2013, disse sobre a prisão: “é preciso não confundir a liberdade de opinião e o antisemitismo, o racismo e o negacionismo”.
Dieudonné é conhecido pelas suas declarações controversas de índole anti-semita, pelas quais já foi condenado. Uma das primeiras polêmicas em que se envolveu, em 2003, foi quando apareceu em espetáculo com adereços de judeu ultra-ortodoxo e um blusão militar num monólogo que acabava com a saudação nazista.
O fundador do partido de extrema-direita Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen – que também chegou a fazer comentários anti-semita – é padrinho de um dos cinco filhos do humorista.
Ainda nesta quarta (14), três filhas de Dieudonné gravaram um vídeo, publicado no Facebook, em que mandam-lhe uma mensagem.
O humorista também participou na denúncia do caso do marroquino, Saïd Bourarach, vigilante de um armazém que morreu afogado em um canal quando era perseguido por quatro pessoas, supostamente simpatizantes da Liga da Defesa Judaica.
Agora, será que o semanário Charlie Hebdo vai se posicionar em relação ao caso? Como defensor da liberdade de expressão, estamparia na capa da próxima edição a frase: “Je suis Dieudonné”?
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