Mascote do semanário Charlie Hebdo sobreviveu ao ataque

Lila, mascote da redação do Charlie Hebdo, sobreviveu ao ataque - Foto: Reprodução/telegraph.co.uk
Lila, mascote da redação do Charlie Hebdo, sobreviveu ao ataque – Foto: Reprodução/telegraph.co.uk

Lila, a mascote dos jornalistas e cartunistas do semanário Charlie Hebdo, sobreviveu ao ataque terrorista, na quarta-feira (7), segundo o jornal The Telegraph.

A repórter do semanário, Sigolène Vinson, contou que a cachorra, da raça cocker spaniel: “usa uma coleira com o nome do jornal e foi a testemunha das mortes de seus colegas e dos irmãos Kouachi”.

Ela é uma figura amada pela equipe e por visitantes, mas com uma predileção pelo cartunista Jean Cabut, mais conhecido como Cabu, morto no atentado. Na manhã do dia 4, Lila cumprimentou cada um dos membros do jornal e ficou ali, entre eles, mesmo quando os atiradores atacaram.

A jornalista lembra-se de ver a cachorra correndo de cômodo em cômodo, enquanto os assassinos perpetravam sua ação: “eu escutei os passos de Lila passando muito próximos de Mustapha (Ourrad, o diretor que foi morto no atentado)”.

Vinson relembra que havia deixado a sala de coletiva para ir a copa para servir-se café. Primeiro, ouviu um barulho de tiros e depois um homem gritar “Allahou Akbar”. Então, ela se jogou no chão e rastejou até chegar em outro cômodo.

Dali, ela enxergou uma homem mascarado apontando uma arma em direção para sua cabeça, tratava-se de Saïd Kouachi. Ele disse à Vinson: “não tenha medo, acalme-se. Eu não vou te matar. Você é uma mulher. Nós não matamos mulheres.” Depois, ele continuou: “Mas refletindo sobre o que você faz, o que é algo ruim, eu estou te livrando. Você lerá o Alcorão.”

Vinson negou-se. Deitada, até que os irmãos fugiram, depois ela rastejou-se até a cena do crime. Após o choque de ver seus colegas mortos, a repórter ligou para os bombeiros e informou-os da situação.

Já em homenagem a Lila, na edição do semanário de terça-feira (13), Vinson escreveu: “no Charlie Hebdo, nós temos uma cachorra, uma cocker spaniel ruiva que nos sinaliza que está tudo bem agora, que nós podemos nos levantar, que os terroristas foram embora”.


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