Aliados argumentam; adversários atacam – o de sempre

O mundo dos articulistas econômicos anda instigante. Sobretudo se observarmos alguns economistas antes alinhados aos governos do PT, que hoje exibem divergências interessantes.

Há alguns dias, o professor Luiz Gonzaga Belluzzo vem externando fortes críticas à condução da política econômica neste segundo mandato de Dilma Rousseff. Ao Estadão, ele afirmou que “as bases para um período de prosperidade, o ajuste fiscal vai aprofundar os problemas de crescimento do País”.

Para o economista, elevar juros, aumentar impostos e cortar gastos num momento de recessão, não é um caminho adequado. Enquanto isso, o problema mais grave da economia brasileira, a crise da indústria, fica fora do centro do palco. “Estamos flertando com a série C”, sentencia, fazendo, como bom palmeirense, analogia com o futebol.

 

Fotomontagem/Agência Senado/ Twiter
Fotomontagem/Agência Senado/ Twiter

Tal como Belluzzo, o economista Antonio Delfim Netto foi interlocutor assíduo de Lula em seus dois mandatos. Foram menos ouvidos por Dilma. No entanto, ele se mostra bem mais otimista com o Brasil e entusiasta do núcleo duro da atual equipe econômica.

Em artigo publicado hoje na Folha, ele diz que “a nossa situação econômica é preocupante, mas os primeiros sinais dados pelo novo governo são animadores. Se o programa anunciado for sendo cumprido com inteligência, sem exageros e sem ruídos, é muito possível que a melhora das “expectativas” do setor privado antecipem seus resultados”.

Ambos tecem críticas, aqui e ali, ao primeiro mandato de Dilma, sobretudo em relação à longevidade dos estímulos artificiais ao preço da gasolina e à (suposta) equivocada política cambial, pontos levantados por Belluzzo e Delfim, respectivamente.

Quanto à coluna do ex-BC Alexandre Schwartsman, com ataques frontais a Belluzzo, apenas pergunto o motivo do título pseudoerudito: Olecrano algia (graças ao Google, dor de cotovelo, descobri). E mais não digo.


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