O site de notícias argentino Infobae divulgou nesta segunda-feira (2) cerca de 40 mil arquivos de áudio que seriam usados pelo promotor Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro, para incriminar a presidente Cristina Kirchner de acobertar suspeitos iranianos de um atentado que deixou 85 mortos em Buenos Aires em 1994.
As interceptações telefônicas foram autorizadas pelo juiz Rodolfo Canicoba Corral, responsável pelo caso do atentado contra a Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia), e foram realizadas pelos serviços de Inteligência, que recentemente passaram por reestruturação.
As provas foram rejeitadas recentemente pelo juiz Daniel Rafecas, que negou o pedido de acusação de Cristina, seu chanceler Héctor Timerman, entre outros colaboradores.
A imprensa argentina já começou a analisar e comentar as gravações, que incluem conversas com Mohsen Rabbani, o ex-conselheiro da Embaixada iraniana em Buenos Aires, suspeito de ter sido o cérebro da ataque à Amia, com empresários da comunidade islâmica.
O Infobae teria conseguido o material com “uma pessoa de confiança de Nisman”.
O promotor era o principal condutor de uma investigação sobre o atentado contra Amia. Antes de morrer, em circunstâncias ainda não esclarecidas, ele havia acusado Cristina de “decidir, negociar e organizar um plano de impunidade e acobertar os foragidos iranianos acusados pela explosão, com o objetivo de fabricar a inocência do Irã”.
De acordo com o magistrado, a manobra teve início cerca de dois anos antes da assinatura do Memorando de Entendimento com Teerã, em 2013, e contou a participação de outros políticos, assim como do chanceler Hector Timerman. Nisman disse que as instruções partiram da própria presidente e que os motivos eram comerciais, como intercâmbio de petróleo e grãos.
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