Especulação é o nome do jogo no mercado cambial

Não é possível prever um teto para a cotação no dólar no momento atual, segundo Sidnei Nehme, dono da NGO Corretora. Para ele – um dos maiores especialistas de câmbio do País -, os ânimos dos investidores estão exaltados e ninguém consegue pôr preço justo na moeda americana, que hoje chegou a atingir R$ 3,17, cotação que não se sustentou. Sempre que há uma estilingada, os investidores realizam lucros. Ou seja, vendem dólar para embolsar os lucros recentes.

Há dois movimentos concomitantes. O primeiro é a crise política, que, na visão do mercado, pode colocar em risco a meta do governo de fazer um superávit primário (receita, menos despesas, antes do pagamento dos juros) de 2,1% do PIB neste ano. No limite da tensão, pensa-se: “Será que Joaquim Levy fica?”. O segundo vem de fora. Os Estados Unidos estão criando mais empregos e parecem ter pavimentado o caminho para um crescimento mais sólido. Por isso, o Federal Reserve (Banco Central americano) deve começar elevar os juros em breve. E os títulos dos EUA são considerados os mais seguros do mundo.

Na semana passada, já houve saída líquida de cerca de US$ 7 bilhões, estima Nehme. E nosso Banco Central não tem muito espaço para atuação. Já tem um estoque de US$ 120 bilhões de swaps emitidos (operação que tenta pressionar o dólar para baixo). O que tem feito é estimular os bancos a vender dólar no mercado futuro. A posição vendida das instituições financeiras é calculada em US$ 20 bilhões. Mas o nervosismo tem se sobreposto a essa atuação, pautado por compras e vendas oportunistas, como é da natureza do mercado.

Pressiona ainda o dólar, diz Nehme, o risco cambial brasileiro, que é elevado. Nada menos do que US$ 1,1 trilhão de dinheiro estrangeiro está na bolsa, em renda fixa e em empréstimos intercompanhias. Dinheiro fujão, acumulados recentemente pela farta liquidez do mercado externo e pelos juros elevados praticados pelo BC.


Comentários

Uma resposta para “Especulação é o nome do jogo no mercado cambial”

  1. Economia e especulação da moeda estrangeira.

    Luiz Augusto A. de Lima

    A princípio, venho fazer uma colocação com fundamentação contra a inflação induzida por nosso governo, pois para tudo existe explicação, mesmo que haja má fé por parte do governo, existem respostas para qualquer coisa.

    No Brasil como em outras partes do mundo, moedas estrangeiras são comercializadas com preços estipulados entre os banqueiros e o governo. Essa é uma forma de se lucrar facilmente, trabalhando pouco e ajudando ao mesmo tempo a afundar vários países. No caso do dólar, como o de outras moedas, o mesmo deixa de ser dinheiro, quando é vendido, ainda mais com preços exorbitantes. Isso se chama especulação, define-se diversos preços de acordo com a “economia” do país.

    O sucesso que pode ser alcançado na economia Brasileira como em outros países, não se consiste no preço da moeda estrangeira e nem na comercialização de outras moedas e sim na infra estrutura da gestão de governo, tais como cobrança de impostos e taxas de serviços internos em geral, pois os impostos que são pagos é que mantém o país.
    Quando se arrecada impostos, automaticamente o cofre público se reabastece, o que faz a diferença é que quando o Brasileiro tem poder de consumo, automaticamente quem fabrica já vende e isso atrai investidores de outros países aquecendo diversos setores, pois sem a especulação da moeda estrangeira em relação a moeda local, torna o investidor seguro de que o que ele vier a produzir aqui no Brasil, será de fácil comercialização, pois o investidor, poderá importar matéria prima bruta com estabilidade, sem temer que o Brasil imponha um novo preço ao dólar, alegando que a desvalorização da moeda brasileira está na economia interna. Isso tudo é mentira, pois como eu havia dito anteriormente, não é a moeda americana que determina a alta ou baixa de outras moedas, que na verdade isso não passa de um comercio invisível que ilude até economistas renomados, pois quando os Estados Unidos entrou em crise por mais de um ano, com desaceleração econômica, sua moeda deveria ter sido desvalorizada pelos especuladores, coisa que não foi feito e nunca será. Cada país que entra em crise é por problemas internos e políticos e não se pode usar como referencia uma moeda estrangeira como exemplo de crise ou não. Vale lembrar que a instabilidade dos investidores, manipula o preço do dólar, tanto é que quando existe expectativa de que haverá mudança na política, o mercado financeiro reage positivamente ou negativamente. Eu chamo isso de especulação.

    A definição da economia de um país dentro de sucessivas recessões, está baseada na política internacional, acordos diplomáticos com outros países, importadores e exportadores. Isso tudo reflete no empresariado e nos empregados, sendo que se não existe acordo, não haverá importação e exportação para comercialização de produtos para o consumidor final e tão pouco matéria prima para produzir produtos para consumo.

    O problema é que a moeda estrangeira virou um produto em forma de dinheiro e dinheiro em forma de produto, pois para você, viajar, e consumir produtos no exterior, você é obrigado a comprar a moeda para gastar, ou ser obrigado a gastar seu cartão de crédito e contar com a sorte dos especuladores e cambistas, não supervalorizarem a moeda no fechamento da fatura do cartão, fora o pagamento da taxa de IOF, seguido de alíquota abusiva de importação, pois isso também é muito ruim para um país como o Brasil. Na minha opinião, se os países cobrassem diferença de 0,10 cents por cada unidade da moeda sendo 0,10 cents mais caro por unidade de real, já seria o suficiente para pagar custos operacionais tanto da venda quanto da troca.

    O Brasil está em crise por causa dos especuladores Brasileiros, pois bolsa de valores não pode ser usada como referencia para desvalorização do real e sim se uma empresa está valendo ou não em ser investida na compra de ações, pois é um outro tipo de segmento e investimento independente da moeda estrangeira, mas mesmo assim os investidores com a intenção de enriquecer com facilidade resolveram especular as moedas estrangeiras em forma de produto. Os corretores ganham bilhões quando a empresa produz mais, vende mais e se torna promissora no mercado global para comercializar seus produtos e serviços, pois isso reflete diretamente no emprego, pois se o cidadão tem emprego, ele consome aumentando os ganhos das empresas e pagando impostos.

    Um exemplo:
    O que define se um site, ou uma empresa tem determinado valor de mercado, é a eficiência das formas que ela gera receita, chamado lucro. Isso é que faz a diferença, pois avaliadores e consultores de negócios, conseguem fazer projeções de acordo com o sucesso do empreendimento. A moeda estrangeira fica de fora; mesmo assim, muitos gostam de estipular o valor da empresa em dólar, afim de manter a valorização da especulação.

    Muitos perguntam: Como fica a balança comercial? Sempre vai ficar, na situação em que o país importar e exportar e gerar empregos, independente da especulação financeira encima das moedas estrangeiras, pois o que importa são acordos, relações diplomáticas entre países em geral.

    Quem lembra do governo Fernando Henrique, sabe muito bem que quem faz a crise, são os especuladores, pois na década de 90 o Brasil teve quatro anos de estabilidade financeira, no qual a nossa moeda real era par com o dólar, pois não era permitida especulações na época.

    Luiz A. A de Lima

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