O presidente do Parma, Giampietro Manenti, foi preso nesta quarta-feira (18) por lavagem de dinheiro em uma ação da Procuradoria de Roma. Além do mandatário, outras 21 pessoas foram detidas pelo mesmo crime com agravante de associação mafiosa, associação para o crime, fraude e utilização de cartão de crédito clonado.
Segundo o procurador-adjunto de Roma, Michele Prestipino, o grupo teria tentando entregar 4,5 milhões de euros a Manenti para ajudá-lo a salvar o Parma da crise financeira que está levando-o para a falência. Prestipino contou que esse dinheiro chegaria ao time através de “uso financeiro de cartões de crédito clonados em operações comerciais, tais como patrocínios e abonos para o estádio”.
Manenti, que é dono da Mapi Group – sociedade que comprou o clube em fevereiro -, havia garantido que tinha dinheiro para salvar a equipe da falência. Porém, o dinheiro para pagar as dívidas e os salários dos jogadores nunca chegou. Por isso, de acordo com o procurador, o grupo criminoso tentou arrecadar o dinheiro. Mas, a operação de lavagem de dinheiro teve “problemas técnicos” e os órgãos públicos decidiram agir para evitar um delito ainda maior.
“Foi necessário que nós acelerássemos a formalização desta ação para que pudéssemos interromper condutas muito graves que, se não fossem barradas, causariam um crime perfeito”, destacou Prestipino.
O capitão do Parma, Alessandro Lucarelli, falou com os jornalistas sobre o caso e mostrou sua frustração. “Primeiro quero entender se isso tem a ver com o Parma. Não acho que devo fazer outras declarações, mas todo dia tomamos uma paulada na cara como torcedores, moradores da cidade e equipe. Espero que tudo isso termine porque, honestamente, nós não aguentamos mais”, desabafou.
Segundo o jogador, desde novembro está “difícil jogar” por uma série de motivos e os atletas só entram em campo “pelas pessoas que temos a nossa volta, mas tudo está se tornando uma farsa, um nojo”.
A situação financeira do Parma já fez com que a equipe deixasse de disputar duas partidas pelo Campeonato Italiano e fez com que a Liga, que administra o futebol italiano, se oferecesse para emprestar 5 milhões de euros para o time terminar a competição.
Atualmente, a dívida está em cerca de 100 milhões de euros e os jogadores estão sem receber seus salários desde novembro de 2014. Está marcada para amanhã (19) uma audiência judicial que deve declarar a falência do clube italiano e a aprovação de um plano para a reestruturação total da equipe.
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