Diário da Argentina: a segunda morte de Alberto Nisman

Cartazes em que o Procurador Alberto Nisman aparece cercado de garotas de programa apareceram nas ruas de Buenos Aires nos últimos dias. Passados dois meses de sua misteriosa morte, que as autoridades argentinas ainda hesitam em classificar como assassinato, tratam agora de matá-lo pela segunda vez, tentando transformá-lo num irresponsável playboy que se divertia em Cancun, às expensas do Estado. A publicação das fotos que teriam sido encontradas em seu telefone celular,  cujo autor ninguém sabe quem é  tem o claro objetivo de desviar o foco do principal – suas acusações e seu posterior assassinato – e reforçam tanto o conteúdo das suas acusações contra o governo Cristina Kirchner de acobertar os autores do atentado à entidade judaica AMIA em 1994 (altas autoridades iranianas) quanto a tese de que foi assassinado, numa simulação de suicídio, na véspera de apresentar publicamente suas conclusões. A lista de interessados em matá-lo não é difícil de elaborar, dado o vespeiro em que mexeu, onde pululam gangsters argentinos e terroristas do Irã. No entanto, em mais uma demonstração de que Nisman estava no caminho certo, as autoridades judiciais argentinas, em vez de procurarem os assassinos, ainda debatem se foi suicídio ou homicídio.  Enquanto isso, anônimos inimigos de Nisman investem contra a sua reputação, provocando reações antissemitas que revoltam os argentinos de bem.     


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