Caro Renato Janine Ribeiro, ficamos muito contentes com sua nomeação para o ministério da Educação por ser a primeira vez em muitos anos em que uma pessoa do seu gabarito assume esse importante ministério. Eu sei que as suas tarefas são inúmeras, complicadas e seu orçamento limitado. Por isso peço a sua atenção para apenas dois pontos: o ensino fundamental e os professores. A palavra “fundamental” tem que valer o seu significado. O primeiro ensino, aquele que as crianças recebem logo ao entrar na idade escolar e que é tão importante não pode ser administrado pelos municípios, muitos dos quais falidos, e sim pelo governo federal, que deve dispensar-lhe toda a atenção que hoje dedica ao ensino superior. Se o ensino fundamental continuar relegado ao segundo plano, o superior tende também a enfraquecer. Poderão dizer que o ministério está duro, mas quando no comando há uma cabeça como a sua acredito que possam ser encontradas soluções, tais como acordos com grandes empresas privadas que certamente têm interesse em melhorar o nível dos jovens brasileiros. Minha segunda demanda diz respeito aos professores. Sendo você um deles, deve saber muito melhor do que eu que o professor é a ferramenta mais importante do ensino. Eu só aprendi matemática quando tive um ótimo professor de Matemática, o Zé Maria, do cursinho Equipe. O resto são prédios com salas de aula, giz e lousa. A profissão de professor tem que ser valorizada, tem que ser atraente, para atrair boas cabeças. Em primeiro lugar vem o salário. Isto não só vai melhorar o desempenho dos professores atuais, que terão mais tempo para ensinar, como vai atrair novos candidatos em grande quantidade, de onde será mais fácil filtrar a qualidade. Além do salário maior, o professor tem que ganhar novo status na nossa sociedade. Tem que ter desconto nas livrarias, nos cinemas, nos teatros, viajar de graça no ônibus, no metrô. O professor tem que se sentir tão importante quanto é a sua função: educar o futuro do país.
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