Há um ano, o mundo se chocava com a notícia do rapto de 219 estudantes nigerianas de uma escola de Chibok, no nordeste da Nigéria pelo, até então pouco conhecido, grupo terrorista Boko Haram. Para marcar o triste aniversário do sequestro, que até o momento não teve solução, diversas cidades do mundo farão homenagens às meninas.
Na Nigéria, uma marcha com 219 garotas atravessará Abuja, segundo a “BBC”. Outras capitais, como Washington, preparam eventos semelhantes para lembrar a data. Já em Nova York, o Empire State Building ficará iluminado em lilás e roxo para pedir o fim da violência contra as mulheres.
A vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai, enviou uma mensagem às jovens pedindo que elas não percam a esperança em um resgate. Porém, a paquistanesa lembrou que o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan e a comunidade internacional não fizeram o suficiente para salvar as estudantes raptadas.
O atual presidente do país, Muhammadu Buhari, se manifestou sobre o sequestro, segundo o jornal “The Telegraph”. “Não sabemos se as meninas raptadas em Chibok podem ser salvas. A sua sorte é desconhecida. Por mais que eu queira, eu não posso prometer que irei encontrá-las. Mas, eu digo a cada pai, parente e amigo que o meu governo fará de tudo para levá-las para casa”, destacou o mandatário.
Ele aproveitou o momento para pedir “uma reflexão sobre a dor e o sofrimento das vítimas, de suas famílias e de seus amigos” e disse que “em oração, toda a nação nigeriana está com vocês”.
Porém, como as chances de reencontrar as alunas é quase remota, as organizações que criaram o movimento “Bring Back Our Girls” (Tragam de volta nossas garotas) decidiram mudar o slogan para a data e divulgam o “Never to be Forgotten (Nunca serão esquecidas). – O caso: No dia 14 de abril de 2014, um comboio armado invadiu a escola de Chibok e raptou 233 meninas. O grupo é contrário à educação de mulheres porque diz que isso é contra o “Corão”. Três dias após o sequestro, os terroristas decidiram libertar, sem explicação, 14 alunas.
Cerca de 20 dias após o rapto, no dia 5 de maio, o grupo jihadista divulgou um vídeo de 57 minutos em que disseram que as jovens seriam tratadas como “escravas”, “vendidas” ou “forçadas a se casarem”. “Sequestrei a filha de vocês e as venderei no mercado em nome de Alá”, disse o líder do grupo, Abubakar Shekau nas imagens, defendendo que a “educação ocidental deve cessar” e, portanto, “elas deixarão a escola para se casarem”. Sabendo apenas que as garotas teriam sido “convertidas”, diversas ações de resgate foram anunciadas pelo governo nigeriano. Porém, nenhuma delas surtiu efeito e o Boko Haram negou que estivesse fazendo alguma negociação para a libertação delas. A última informação sobre as estudantes foi divulgada em um vídeo de 1º de novembro de 2014 e dizia que todas teriam se casado com os jihadistas.
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