Fiel seguidor que é dos ensinamentos de Maquiavel, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha não vai autorizar o início de nenhum processo de impeachment da presidente Dilma, por mais que as ruas, Aécio ou qualquer cidadão peçam (*).
Primeiro, porque não pesam sobre ela acusações do porte das que pesavam sobre Collor, a quem o irmão Pedro encarregou-se de fazer o strip-tease moral e político na inesquecível e escatológica entrevista à Veja. Segundo, porque sabe que será uma irresponsabilidade condenar o país à paradeira que se seguirá a um processo como esse, em plena recessão econômica. Quem viveu os tempos de Itamar Franco sabe do que estou falando. E, terceiro, porque ele acumula mais poder no papel daquele que pode vir a autorizar o início do processo, pois assim representa uma ameaça ao Palácio do Planalto, do que no daquele que autorizou, pois depois que autorizar seu poder se esvai.
(*) Quem pediu para abrir processo contra Fernando Collor, em 1992, e obteve sucesso, foi o advogado gaúcho Sergio Borja; em 2006, o mesmo Borja pediu impeachment de Lula, mas não foi atendido pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rabelo.
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