A organização não governamental britânica Global Witness divulgou o relatório Quanto Mais? na última segunda-feira (20), indicando que o Brasil lidera a lista de países com maior número de ativistas, ligados ao meio ambiente e ao direito à terra, assassinados. Informações de dezessete países foram colhidas: Brasil, Colômbia, Filipinas, Honduras, Peru, Guatemala, Tailândia, Paraguai, México, Indonésia, Myanmar, Equador, Uganda, Índia, Costa Rica, África do Sul e Camboja.
O Quanto Mais? divulgou que, em 2014, foram registradas 116 mortes de ativistas nos países pesquisados. O número apresenta um aumento de 20% em relação ao registrado pela ONG em 2013. A maior parte dos assassinatos ocorreu na América Central e na América do Sul (88) e a segunda região mais afetada foi o sudeste asiático. Além dos homicídios, o estudo também relata riscos que os ativistas correm nos países, como a violência física e a restrição de liberdade.
De acordo com a publicação, no ano passado foram mortos 29 ativistas no Brasil. Destes, quatro são indígenas. A maioria dos homicídios estaria associada ao conflito por posse de terra. O segundo país da lista é a Colômbia, com 25 ativistas assassinados sendo mais da metade indígenas.
A Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República disse que o Estado brasileiro tem atuado com vanguardismo em um programa para proteger os defensores dos direitos humanos. Neste momento o Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos do País tem 415 ativistas sob proteção. Destes, 142 estão ligados a luta pelo direito à terra.
Para ingressar neste programa é preciso uma solicitação formal. Visitas no ambiente de atuação do defensor, articulação com os órgãos envolvidos nas ameaças e solicitação de proteção policial às autoridades competentes são algumas das medidas de proteção oferecidas pelo programa.
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