Para se esquecer de um falso amor, beba pinga com licor! Liquifacere, liquefazer, licor – maciez e untuosidade que dissolvem na boca. Uma das bebidas mais aprimoradas pelos monges e alquimistas, o licor, já tão usado como remédio, hoje adoça das bocas mais simplistas às mais sofisticadas. Quem nunca teve uma avó, tia ou vizinha dada a um licorzinho? Relativamente de fácil confecção e versátil em sabores, estilos e grau de doçura, é uma bebida que se adapta ao meio onde é produzida.

Riqueza brasileira
Amêndoa, damasco, gengibre e tantos outros ingredientes espalham aroma e doçura mundo afora. Por aqui, a variedade de licores é de cair o queixo! Jabuticaba, jenipapo, pequi, cacau, caju, banana… Onde tiver fruta, há licor na certa.

Em Portugal
É famoso o feito de ginja, uma frutinha parecida com a cereja. Mesmo depois da infusão, as ginjas permanecem na garrafa e podem ser degustadas junto com cada gole da bebida, quando é comum a pergunta: “Com ou sem elas?”.

Na Espanha
O Licor 43 faz uma mistura mágica de ervas indígenas e frutas cítricas que sugerem a aromas e sabores exóticos e deliciosos desde os tempos mais remotos. Era consumido na Roma Antiga e, hoje, em versão moderna refinada, continua encantando.

Na França
O Pastis rouba a cena. Feito à base de anis, tem aspecto cristalino, porém, quando misturado com gelo e água, se torna turvo e desce a goela para refrescar.

Os processos de produção variam um pouco entre os diferentes tipos, porém, em linhas gerais, o procedimento é a infusão da fruta ou do ingrediente escolhido em álcool por, no mínimo, cinco dias. Depois disso, a infusão deve ser coada. Para cada medida de líquido, são adicionadas duas medidas de açúcar. O consumo pode ser feito em dez dias.

Com cachaça
O álcool utilizado para fazer o licor é o de cereais, porém, muitas vezes, quando o licor é de frutas, podemos usar cachaça. Quem nunca teve uma experiência na vida regada a um licorzinho está perdendo tempo. O licor talvez seja uma das bebidas mais democráticas do mundo. Delicie-se.


*Graduada em Gastronomia, com especialização em Enogastronomia, e maître-sommelier dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo.


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