Acomodações mais baratas e descoladas proliferam na capital, que perdeu a pecha de cidade difícil e inóspita. A Copa ajudou a disseminar esse tipo de hospedagem que atrai turistas brasileiros e estrangeiros.
Felipe Tosi e João Gonçalves se associaram para abrir o Hey Hostel, em 2012, no bairro de Pinheiros. As motivações de Tosi foram duas: ele viajava muito ao exterior, conheceu essa opção de hospedagem mais em conta e não gostava de sua atividade profissional no ramo da publicidade. “São Paulo tinha muito potencial. Hoje, o mercado mudou bastante”, diz o empreendedor, referindo-se à grande oferta de hostels na capital. Mas eles não têm do que se queixar. A taxa média de ocupação oscila entre 65% e 70%. Os brasileiros têm cerca de 30 anos e vêm em suas férias. Mas há também o turismo de negócios, quando o viajante tem de arcar com os custos da hospedagem com seus próprios recursos. Já os estrangeiros, normalmente são aqueles que viajam por longos períodos, que tiram um ano sabático. O Hey não promove eventos, mas indica o que há de mais descolado acontecendo na cidade, além das atrações tradicionais, que constam em qualquer guia de viagem. “Isso nos diferencia dos hotéis”, afirma Tosi. O hostel mantém um bar fechado para o público externo. Na sala, espalham-se filmes, livros e jogos de tabuleiro. Há ainda uma cozinha comunitária. No próprio site do Hey, há toda uma programação cultural alternativa do que acontece na cidade. Tosi diz que o turista também mudou a cabeça. Não quer apenas ficar em lugares paradisíacos, sem oferta de atividades culturais. “Os turistas querem baladas, mas não abrem mão de museus, exposições, música e teatro.” Além disso, acredita, a imprensa internacional tem sido mais pródiga em fazer matérias positivas sobre o Brasil.
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