Após 23 anos, Reino Unido voltará a ter um governo de maioria

David Cameron durante discurso em Londres - Foto: Arron Hoare/ Prime Minister's Office
David Cameron durante discurso em Londres – Foto: Arron Hoare/ Prime Minister’s Office

O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, David Cameron, conquistou 50,76% das cadeiras do parlamento do Reino Unido nas eleições desta semana, formando, assim, um governo de maioria que não acontecia desde 1992. De acordo com dados divulgados pelo jornal The Guardian, o partido ganhou 330 posições no Legislativo entre os 650 lugares. O Partido dos Trabalhadores ficou com 232 cadeiras – o pior resultado desde a vitória de Margareth Thatcher, em 1987. A derrota provocou a renúncia do líder da legenda, Ed Miliband, que concorria com Cameron.

O líder dos Liberais Democratas britânicos, Nick Clegg, também pediu demissão depois do que considerar uma “derrota esmagadora” sofrida pelo partido nas eleições gerais. “Sempre pensei que esta eleição seria inacreditavelmente difícil, mas os resultados foram infinitamente mais esmagadores do que pensei”, disse Clegg. “É o golpe mais duro desde que o partido foi fundado,” em 1988, acrescentou. Ele era vice-primeiro-ministro no governo de coligação com os conservadores.

Cameron se encontrou na manhã desta sexta-feira (7) com a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, chefe de Estado britânica, para formar o novo governo. O primeiro-ministro reeleeito, de 48 anos, está no cargo desde 2010, quando substituiu Gordon Brown, dos Trabalhadores. Ele está no parlamento desde 2005, quando assumiu a liderança do Partido Conservador na Casa. Formado em Filosofia, Política e Economia (PPE) em Oxford, ele vai governar pela primeira vez com a maioria parlamentar, já que no mandato anterior só ficou no gabinete por causa de uma coalizão entre os conservadores e os liberais que lhe deu base para governar.

Em seu discurso de vitória, na casa de número 10 da Downing Street, em Londres, tradicional residência dos primeiro-ministros, Cameron reafirmou que vai batalhar por maior autonomia da Escócia e por um referendo para definir a entrada do Reino Unido na União Europeia. “Na Escócia, nossos planos são de criar um governo autônomo mais forte e com poderes de tributação, mas nenhum acordo constitucional seria completo se não favorecer também a Inglaterra”, afirmou. “Vamos entregar o referendo sobre a União Europeia no futuro”, completou.

Outra renúncia foi a de Nigel Farage, chefe do Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP), que lutava por uma cadeira no parlamento britânico. Ele tinha como bandeira a contenção da imigração para as ilhas britânicas e um isolamento da União Europeia.


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