Diário da política: nada disso é espontâneo

Em 2012, a Brasileiros estampou na capa o avanço das organizações de direita, de vários tamanhos, no País. Elas não tinham mais problema em aparecer. Saíram da clandestinidade. E sua principal tarefa consistia em fazer a cabeça dos brasileiros. À frente havia (e há) duas entidades privadas, o Instituto Millenium e o Instituto Mises. Ao primeiro, financiado pelas grandes empresas de comunicação do país, coube a missão de disseminar as posições conservadoras; o papel do Mises é formular os pensamentos que o Millenium irá espalhar. Em 2013 as ruas do Brasil foram ocupadas pelo que parecia ser uma manifestação espontânea, organizada apenas pela internet. Sem nenhum partido por trás. Aliás, os partidos eram sumariamente rejeitados. O que parecia ser uma decisão de ordem ética era mais uma demonstração do que os organizadores pretendiam: regime sem partidos é ditadura. Não podemos esquecer que o líder do Mises no Brasil é Helio Beltrão Filho, sócio do poderoso Grupo Ultra, empresa que, a pretexto de ajudar o regime ditatorial militar de 64 a combater o comunismo financiou centros de tortura. Em 2015 esse esquema que congrega vários grupelhos de direita continua ativo e instrumentalizando a classe média perdida e desarvorada que está embarcando nessa canoa furada Millenium-Mises, reeditando o que ocorreu em 1964. Mas, como a história não se repete duas vezes, parece não haver militares dispostos a um golpe. E sem militares a chance de derrubar governo é zero. Golpe não haverá, mas o Brasil corre o risco de sair do governo Dilma mais conservador do que entrou.   


Comentários

3 respostas para “Diário da política: nada disso é espontâneo”

  1. Hoje sou um verdadeiro conservador, um anarcocapitalista, um liberal e um profissional que defende o capital. Com um comportamento cético e cívico-militar!

  2. Agradeço a todos os formadores de opinião que dedicam suas vidas a alertar sobre os perigos do comunismo!

  3. Eu já fui endireitado, obrigado aos institutos!

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