Guizado faz show de lançamento do álbum “O Voo do Dragão”

Foto: Guizado/Patrícia Araújo
Foto: Guizado/Patrícia Araújo

O trompetista paulistano Guilherme Menezes, conhecido como Guizado, divulga seu novo disco O Voo do Dragão (Punx Records, 2015) nas plataformas digitais e realiza show de lançamento em São Paulo neste mês. Com formação no jazz, porém não restrito ao estilo, ele buscou influências orientais para o novo trabalho.

O músico independente já possui dois discos na carreia e aposta na arte de mesclar elementos orgânicos com sintetizadores e programações eletrônicas. Já passou por festivais no Brasil como o No Ar Coquetel Molotov, em Recife; Nublu Jazz Fest, em São Paulo e fora também, como o Roskilde Festival, na Dinamarca. Além de ter tocado com Céu, Criolo, Nação Zumbi, Elza Soares e Arnaldo Antunes.

Em entrevista à Brasileiros, ele conta sobre o processo de criação para o disco, o amor pelo jazz e como é ser um músico independente no ambiente digital: “É bem mais difícil do que os artistas que têm tapete vermelho”.

O nome Voo do Dragão é uma referência oriental. Foi essa sua inspiração?

Todo trabalho precisa de um trampolim. Não sou praticante de Kung-Fu ou de Tai Chi, mas entrei nesse universo. Comecei intensas pesquisas sobre o Bruce Lee, sobre monges tibetanos, budistas, shaolins, no Youtube. Eles possuem uma disciplina para fazer tais proezas. Procurei entrar nesse clima de demonstração de força e de vida. Tudo isso foi me colocando no eixo para trabalhar no disco.

Com essa mistura de Jazz e eletrônico, você demora quanto tempo para compor uma música?

O trompete já é um trabalho que exige muito. Faço quatro horas de estudo todos os dias para me manter em forma. Além da composição que te leva mais tempo ainda. Treinar e criar ao mesmo tempo, buscar referências, é algo que exige disciplina. Para compor uma música, eu demoro, geralmente, em média, 10 dias para ficar pronto. Mas não faço sozinho. Eu decido a forma, a base, a harmonia, e marco um ensaio com a banda para uma semana. Depois vamos lapidando até chegar em um ponto satisfatório. Se a ideia é ter bases eletrônicas, eu mesmo componho também. Então, pode variar muito.

Já pensou em fazer jazz tradicional?

Eu já fiz muito. Amo o jazz. Eu estudo muito e é a minha base. Mas não acho que faz parte da minha personalidade. O jazz tradicional é uma referência muito negra norte-americana. Eu não bebo só da fonte deles. Até por que a definição do jazz é complexa. Existem vários músicos jazzistas que trabalham de formas muito diferentes, mas no fim é tudo jazz. Eu me sinto mais verdadeiro tocando esse meu estilo que é a junção de todas as minhas culturas, de elementos orgânicos e eletrônicos.

Ser um instrumentista no meio digital é diferente dos artistas e bandas que compõem com palavras?

É bem mais difícil de alcançar o público, ser chamado para festivais e conquistar espaço nas mídias do que os artistas que têm tapete vermelho. Esse trabalho foi da música para a música. Meus esforços e camaradagens. Mas, quanto ao ambiente digital, para quem é independente é bacana. Ajuda a ter um fôlego por que não é preciso se preocupar com os gastos da prensagem dos discos. É só fazer e disponibilizar. Além de ser muito mais democrático. Por outro lado, claro que todas as ferramentas são bem vindas para conquistar os espaços e o sucesso.

A recepção está sendo diferente dos discos anteriores? Quais são as expectativas para depois?

Está sendo bem melhor. Temos shows para Rio, Belém, Fortaleza. Parece que toda a equipe está motivada. Claro que tem os fatores de ser um escritório novo, uma banda nova e o trabalho está mais maduro. Agora, o negócio é fazer esse disco ser divulgado, fazer shows e identificar as possibilidades para novas linhas de processos criativos. Há quatro anos que eu não faço um show novo. Vou responder a sua primeira pergunta: a ideia do nome do disco é de alçar o voo novamente, que pode ir para qualquer lugar. Não depende de avenida nem de rua. É você que faz a sua rota.

Assista ao vídeo de Guizado no estúdio do Vinyl Lab

Serviço – Show de lançamento – O Voo do Dragão

Sexta-feira , dia 15, às 20h

Itaú Cultural – Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô, Bela Vista, São Paulo/SP

(11) 2168-1776

(11) 2168-1777

Ingressos: O ingresso é gratuito e retirado pelo público no local, com antecedência de 30 minutos do início do espetáculo.

Estacionamento com manobrista: R$ 14 uma hora; R$ 6 a segunda hora; mais R$ 4 p/ hora adicional / Estacionamento gratuito para bicicletas

Acesso para deficientes físicos

Ar condicionado

Mais informações: Agência Inker

 


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