Começa neste sábado (16), às 11h, a exposição Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial, na Caixa Cultural São Paulo. A mostra tem curadoria de Marcus de Lontra Costa, e apresenta um conjunto de obras de coleções particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. A exposição apresenta a linguagem única e singular do artista, de forma a mostrar sua personalidade e trajetória fundida com as fases de sua obra.
Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral. Começou sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza com freqüência velhos retratos de família e postais, e começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil.
Enclausurado na própria solidão, o mineiro de Araguary, expressou principalmente o embate dos seus medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, pânicos, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como as da arte construtiva e concreta. Construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil.
Praticamente esquecido nas ultimas décadas, Farnese foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 – Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em 1993 – Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”.
Exposição Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial
Caixa Cultural São Paulo – Galeria D. Pedro II e Florisbela , Praça da Sé, 111 – Centro, São Paulo – SP – (11) 321-4400.
Abertura e visita guiada com o curador acontece neste sábado (16), às 11h.
Até 12 de julho, de terça-feira a domingo, das 9h às 19h.
Grátis.
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