Os desafios técnicos que atualmente acompanham os projetos da Internet das Coisas não deveriam impedir as empresas de procurar significado nos dados reunidos a partir dos dispositivos conectados. As soluções, no fim do dia, podem estar mais próximas do que aparentam.
“A tecnologia da informação por trás de IoT – que inclui sensores, data centers e softwares de analytics – já existe há algum tempo. O novo desafio é fazer esses sistemas e componentes diversos trabalharem juntos”, afirmou Phil Regnault, vice-presidente de consultora da Hitachi, em uma palestra proferida no MIT’s CIO Symposium.
De acordo com Richard Soley, diretor executivo do Industrial Internet Consortium, ferramentas de análise e armazenamento de dados, consideradas tecnologias chave da Internet das Coisas, são acessíveis nos dias de hoje. “Não há desculpa para não se usar esses recursos atualmente”, sentenciou.
“Menos de 10% dos dados reunidos pelos sensores são usado pelas empresas”, assinalou Michael Chui, sócio do McKinsey Global Institute, acrescentando que, na maioria dos casos, as empresas têm a infraestrutura para processar o grande volume de dados.
Mas há momentos em que a recursos computacionais para captar esses dados precisam evoluir. Por exemplo, não existe rede capaz de conectar todos os motores de um avião e transmitir instantaneamente os dados valiosos gerados por eles. “A transmissão em tempo real ainda irá melhorar, mas já existem coisas a serem feitas hoje”, projeta Chui.
Ele não está errado. Alguns dos obstáculos para a adoção de IoT não são necessariamente técnicos técnicos. Segundo Regnault, o maior deles é a separação dos lados operacionais e de TI do negócio.
Os CIOs e os profissionais envolvidos na operação precisam se relacionar de forma eficiente para lidarem com projetos como equipar os veículos da empresa ou a produção de equipamentos com sensores.
“Com a internet das coisas, a equipe de TI será literalmente incorporada aos negócios”, explica Chui, que prossegue: “Isso dá nova função aos CIOs, cujo trabalho até agora era focado em problemas técnicos como gerenciamento de data centers e dispositivos móveis”.
Os fornecedores têm feito um trabalho ruim ao explicar aos executivos como projetos de IoT podem beneficiar uma empresa. Ao invés de discutirem sensores e dados, as conversas deveriam girar ao redor de benefícios ao negócio.
“Líderes empresariais respondem melhor a discussões sobre como dados do sensor podem ajudar um sistema de refrigeração a operar de forma mais eficiente e reduzir a conta de energia”, defende Regnault.
Também existe a falsa impressão de que projetos de IoT precisam ser exageradamente elaborados, mas até esforços simples podem gerar impacto substancial.
Uma aplicação simples para os varejistas seria eliminar a necessidade de seus funcionários baterem ponto com distintivos que automaticamente desempenhariam essa função quando eles entrassem na loja, permitindo que começassem a trabalhar automaticamente. Automatizar esse processo economizaria alguns minutos por empregado, o que, multiplicado por dúzias de pessoal a cada turno, poderia ter benefícios econômicos claros.
Problemática
Os palestrantes do MIT’s CIO Symposium também debateram problemas levantados pela Internet das Coisas, sobretudo de segurança. “Conectar os dispositivos à internet pode aumentar as ameaças de ataques potenciais, dificultando a segurança”, argumenta Chui. “Ataques acontecerão”, concorda Soley, para contrapor: “Mas as pessoas não deveriam esperar total segurança no mundo digital quando ela sequer existe no mundo físico”, conclui.
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