Morre no Rio de Janeiro Antonio Neiva, um dos fundadores do PT

Antonio de Neiva Moreira Neto, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), morreu neste domingo (24) no Rio de Janeiro. Segundo nota divulgada pelo partido, ele estava internado com pneumonia e morreu depois do quadro se agravar para infecção generalizada.

Neiva tinha 66 anos e iniciou sua trajetória política no movimento estudantil, durante o regime militar. Militante da Ala Vermelha, uma ala dissidente do PCdoB, foi preso político e, posteriormente, dirigente do PT e da Força Socialista.

Nos últimos anos, participou de campanhas eleitorais de candidatos petistas. Em nota, o PT lamentou a morte de “mais um guerreiro da luta dos trabalhadores, de um líder encantador e incansável, mas ficamos felizes com seu legado e com as sementes que ele plantou”, diz a nota. Seu corpo foi cremado na noite de domingo.

Nota da íntegra do PT sobre a morte de Neiva Neto:

Neiva: uma trajetória de luta e paixão pelo socialismo Antonio de Neiva Moreira Neto, ou simplesmente Neiva, nasceu no Rio de Janeiro em 1949, na infância mudou-se para São Luis, no Maranhão, onde foi criado numa família com intensa participação na política maranhense (sobrinho do histórico deputado pedetista Neiva Moreira).

Neiva iniciou sua militância no movimento estudantil de resistência à ditadura, em 1968, na Universidade de Brasília (UnB), onde cursava engenharia e naquele mesmo ano foi preso pela primeira vez pela ditadura. No mesmo período entrou para a Ala Vermelha, uma organização clandestina dissidente do PCdoB e foi preso novamente em São Paulo de 1971 a 1972.

Depois da prisão voltou para o Rio de Janeiro e ingressou na Faculdade de Economia da UFRJ onde concluiu a graduação e mestrado. Ainda na Ala Vermelha, que havia revisto a opção armada, engajou-se na coordenação de campanha de Lisâneas Maciel, em 1974, Antonio Carlos ‘Tunico’ em 1976 e Raimundo de Oliveira, em 1978, todos do MDB.

Neiva participou da fundação do PT do Rio de Janeiro e da construção da Força Socialista, ajudou na disputa do sindicato dos metalúrgicos do RJ em 1987 por uma chapa petista e praticamente sempre esteve presente em direções municipal ou estadual do PT/RJ, nas coordenações de campanhas majoritárias, e em 2002 coordenou a campanha vitoriosa de Lindeberg Farias para deputado federal, depois para a prefeitura de Nova Iguaçu (2004/08), afastou-se da função de articulador político da prefeitura em 2006 para coordenar a campanha de governador de Vladimir Palmeira em 2006, companheiro de longa história de militância e em 2010 retomou a coordenação de Lindberg Farias para Senador da República.

Companheiro Neiva faleceu na manhã do dia 24 de maio de 2015, depois de estar internado por alguns dias com pneumonia, que se agravou para um quadro de infecção generalizada. Lamentamos muito o falecimento de mais um guerreiro da luta dos trabalhadores, de um líder encantador e incansável, mas ficamos felizes com seu legado e com as sementes que ele plantou.


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