Que a selfie virou moda, todo mundo sabe, mas alguns perceberam que, além da foto no Instagram, é possível “bombar” a própria imagem marcando a timeline de revistas de moda, o que nem sempre agrada às editoras. A prática não é proibida, então qualquer um pode fazer isso nessa rede social sem sofrer represálias.
Gostando de si próprio a exemplo de Narciso, o pernambucano Philipe Silva de Araujo, de 23 anos, operador de caixa de supermercado em Caruaru (136 km de Recife), descobriu a fama após se infiltrar em listas conhecidas. Ele passou a compartilhar suas fotos usando hashtags de veículos e pessoas que admira, como as revistas Vogue e Elle, além de Ivete Sangalo. A repercussão deu resultados. Segundo ele, em apenas uma semana, seus seguidores no Instagram passaram de 400 para 700, e gerou reclamação tanto de uma diretora de revista como de fãs da cantora baiana.
“Os seguidores da Ivete me pediram para parar, que não tinha a ver eu ficar aparecendo ali ao lado de fotos dela, mas eu não parei nem vou fazer isso.”
Philipe conta que em uma ocasião também recebeu pedido da revista Elle para que interrompesse suas postagens na timeline do Instagram da edição mensal, alegando que as fotos do jovem não tinham nenhuma relação com o projeto por eles criado. Como a conversa foi pública (já que o Instagram não possui comunicador oculto, conhecido como inbox), algumas pessoas se manifestaram em favor do pequeno Narciso. Em resposta, uma interlocutora da revista desculpou-se e disse que enviaria um exemplar para que ele pudesse criar sua própria imagem com a capa (tudo devidamente registrado na rede social).
As fotos de Philipe são divertidas e remetem à sua jovialidade e ousadia. Diferentemente do que postam as publicações do mundo chique, com grifes importadas, modelos internacionais e produtos caros, ele aproveita seu dia a dia para exibir um cenário que contrapõe ao planeta luxo, porém não menos produzido.
Philipe gosta de sua boca e de suas pernas, mas prefere poupá-las nas fotos para não “sensualizar demais”, diz. Apesar disso, não deixa por menos e faz bocas, poses e cabelos para fazer frente à curiosidade dos que esperam mais e mais dele.
Suas grifes preferidas são Balenciaga, originalmente espanhola, mas hoje sob domínio da italiana Gucci, e a francesa Chanel.
Questionado se possui alguma peça dessas marcas, Philipe disse: “Quem dera, só tenho um óculos da Chilli Beans em parceria com a Isabela Capeto, dei R$ 480 nele, o máximo que consegui até hoje. O restante é C&A, Riachuelo, Marands, lojas de departamento. Tenho orgulho, é o meu acesso.
Não é de se admirar que seus posts tenha se tornado virais e que ele, até então um desconhecido, fosse admirado nas ruas de sua cidade e virasse um ícone das baladas locais.
Embora alegue não ter talento para a música, diz que gostaria de ser Madonna e que compõe músicas que viram hits. Seu sonho mesmo é fazer fotos e, talvez, tornar-se um rosto conhecido nacionalmente. “Amo fotografia, fico muito à vontade com as lentes.”
Perguntamos se Philipe gostaria de conhecer pessoalmente duas das diretoras de redação de moda mais conhecidas: Daniela Falcão, da Vogue, e Susana Barbosa, da Elle. “Seria fantástico encontrá-las, principalmente se rolasse um editoral de moda”, com ele, é claro.
Deixe um comentário