Sindicatos e movimentos sociais organizam protestos contra terceirização e ajuste fiscal

Foto: Reprodução/Facebook da CUT Brasil
Foto: Reprodução/Facebook da CUT Brasil

O Dia Nacional de Paralisação promovido por centrais sindicais e movimentos sociais mobilizou trabalhadores por todo o País nesta sexta-feira (29). O protesto, que inclui paralisações e manifestações, pede a derrubada do projeto de lei que regulariza a terceirização, aprovado na Câmara, e das MPs 664 e 665 do ajuste fiscal, que atingem direitos trabalhistas.

Parte das agências bancárias da Avenida Paulista, região central da capital paulista, não abriram nesta manhã. Os terceirizados bancários recebem salários 70% mais baixos que a média da categoria, com carga horária mais alta e sem a maioria dos direitos conquistados em muitos anos de luta”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Também na Avenida Paulista, militantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT) interromperam o trânsito em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contra as terceirizações e o ajuste fiscal proposto pelo governo federal. “Nós estamos tentando fazer há muito com que o Congresso Nacional tenha mais respeito pelos trabalhadores. O PL [projeto de lei] 4.330 não regulamenta a terceirização, ao contrário, precariza a terceirização. O Congresso Nacional não abre diálogo conosco”, destacou o secretário-geral da UGT, Canindé Pegado.

As mudanças para o acesso ao seguro-desemprego e abono salarial, que fazem parte do pacote de medidas de ajuste do governo, também foram criticadas por Pegado. “As pessoas ficam desempregadas e não têm como voltar ao mercado de trabalho em curto espaço de tempo”, disse o sindicalista.

Pelo menos 250 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocupam desde às 10h27  as pistas da Marginal Tietê, no sentido Rodovia Castelo Branco, na altura da Ponte Ricardo Izar, região do Tatuapé, zona leste da capital paulista. A fila de veículos se estendia por 6,2 quilômetros às 11h10, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Manifestantes deixaram o Parque Dom Pedro, no centro da cidade, às 11h. Os sindicalistas começaram o protesto às 6h, na Ponte das Bandeiras, sobre a Marginal Tietê, caminharam pela Avenida do Estado e encerraram o ato.

Em São Paulo, as lideranças estimam que cerca de 500 pessoas participaram da manifestação. A Polícia Militar fez uma estimativa de 200 manifestantes.

A principal manifestação, na capital paulista, está prevista para as 17h, quando haverá um ato unificado reunindo os professores da rede pública estadual, em greve desde 13 de março. A categoria faz assembleia um pouco antes do ato.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), Eduardo Chicão, disse que o projeto da terceirização, que aguarda votação pelo Senado, poderá precarizar o trabalho no país. “O que estão fazendo hoje em âmbito nacional é dizer que a regulamentação da terceirização é boa para o Brasil, isso não é verdade, vai precarizar o serviço e o sistema de trabalho no Brasil. O que eles querem é maximizar os lucros deles, em detrimento dos salários dos trabalhadores”.

O vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Renê Vicente dos Santos, concorda que a terceirização será prejudicial aos trabalhadores. “O projeto vai no interesse de precarizar as condições de trabalhado, de retirar os direitos que temos hoje garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temos uma preocupação muito grande”.

Cerca de 70 servidores federais estão fazendo manifestação em frente ao Ministério da Fazenda em protesto contra a política econômica do governo. O principal alvo das críticas é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que não se encontra em Brasília. “Organizamos esse ato para manifestar nossa posição contrária ao pacote criado por ele, que sucateia órgãos públicos, sacrifica trabalhadores e retira direitos trabalhistas”, disse àAgência Brasil a diretora da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef) e integrante da CUT-DF, Cleusa Cassiano.

“Defendemos e votamos na [presidenta] Dilma justamente porque ela se mostrava contrária a esse tipo de agenda. Entendemos que o governo precise de recursos. Só não entendemos por que a conta terá de ser paga por trabalhadores. O que sugerimos é que [esses recursos] venham de outras fontes, como grandes fortunas, [tributação de] carros de luxo ou coisas desse tipo”, argumentou a sindicalista responsável pela organização do ato. “Não estamos defendendo [a campanha] Fora Dilma, mas que ela volte para o lado daqueles que a elegeram”, acrescentou.

Segundo Cleusa, a manifestação conta com a presença de integrantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), da Central Sindical e Popular (Conlutas), além da CUT.


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