Para assessores, Lula estaria afastando sua imagem de Dilma

Foto: Ricardo Stuckert/ Institulo Lula 15/06/2015
Foto: Ricardo Stuckert/ Fotos Públcias (15/06/2015)

Após a divulgação de uma pesquisa do Datafolha que revelou que 65% dos eleitores consideram o governo da presidenta Dilma Rousseff ruim ou péssimo, além de apontar Aécio Neves como eventual líder da corrida presidencial se o pleito fosse hoje, com 35%, o jornal Folha de S. Paulo indicou que uma ala do governo Dilma, e também alguns peemedebistas, está propensa a ideia de que o ex-presidente Lula estaria armando um descolamento de sua imagem à da presidenta, a fim de preservar suas ambições políticas.

De acordo com assessores próximos à presidenta, Lula já vinha insistindo na ideia de que Dilma não houve seus conselhos, e este discurso ganhou força em reunião com os religiosos na última semana, quando reforçou às críticas à presidenta. Sendo assim, para estes assessores, Lula estaria responsabilizando Dilma pela atual crise política e econômica.

O jornal paulistano já havia publicado no final de semana que Lula havia dito que Dilma mentiu na campanha presidencial quando prometeu não cortar direitos trabalhistas, dando razão aos tucanos e sua propaganda eleitoral. O ex-presidente também estaria insatisfeito com a posição dos aliados petistas, os quais, segundo ele “só pensam em cargo, emprego, em ser eleito.”

Uma ‘revolução’ no partido

Nesta segunda-feira (22), o ex-presidente Lula afirmou que o PT possui os vícios de todos os partidos que chegam ao poder, pregando uma ‘revolução’ na sigla. “Nós temos de definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos ou nosso projeto”, disse ele durante o seminário Novos Desafios da Democracia, promovido pelo Instituto Lula com a presença do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González.

Datafolha indica que maioria não aprova reeleição

Uma pesquisa feita pelo Datafolha revelou que o grande apelo popular pela reeleição, tema discutido recentemente na reforma política do PMDB, desapareceu. Além disso, a pesquisa também indicou que o voto facultativo é uma ambição cada vez maior da sociedade. 

A primeira pesquisa realizada sobre o fim da reeleição, em 2005, mostrou que 65% dos entrevistados eram a favor do direito do presidente concorrer a um novo mandato. Dez anos depois, somente 30% se manifestaram a favor da reeleição. Já os contrários saltaram de 39% para 67% desde a última pesquisa. Na Câmara dos Deputados, a extinção da reeleição foi aprovada por 452 votos a 19, contudo a regra ainda necessita passar por nova votação na Casa, e depois ser reafirmada em duas votações no Senado. 

O voto facultativo também ganhou força. A oposição ao voto obrigatório passou de 54%, em outubro de 2014, para 66%. Neste caso, a Câmara agiu em contradição à opinião pública. O voto facultativo foi rechaçado pelos parlamentares por 311 votos a 134. Ainda em relação à pesquisa do Datafolha, o instituto perguntou para as pessoas se iriam votar caso o voto fosse facultativo. Neste cenário, de cada dez pessoas perguntadas, seis afirmaram que deixariam de votar. 


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