Na contramão de Caetano, líder do Sonic Youth apoia boicote à Israel

Foto: Reprodução/ middleeastmonitor.com
Foto: Reprodução/ middleeastmonitor.com

Após a grande repercussão do caso e o pedido massivo de fãs de Gilberto Gil e Caetano Veloso para cancelarem seus shows em Israel, em função da política segregacionista que vigora no país, o líder e fundador da banda de rock alternativo Sonic Youth, precursora da cena No Wave, Thurston Moore, expressou recentemente seu apoio à BDS (campanha de boicote, desinvestimento e sanções à Israel).

O músico iria se apresentar em abril deste ano em Tel Aviv e cancelou o show por uma questão de “conflito de valores”. Na época do cancelamento, Moore não havia esclarecido os motivos da desistência de tocar em Israel, país onde já havia se apresentado em 1996. Todavia, em uma conversa com o músico britânico-palestino Samir Eskanda, ele revelou que estava passando por um “processo de decisão consciente” em função do show em Israel.

Eskanda explicitou detalhes desta conversa em um artigo para a revista online The Quietus, intitulado I’m One Of 1000 UK Artists Boycotting Israel. Here’s Why (Eu sou um dos 1000 artistas britânicos boicotando Israel. Eis o porquê.).

“Eventualmente cheguei a uma conclusão pessoal que tocar com a minha banda em Israel iria a um conflito direto com meus valores. Com a percepção de que o boicote cultural e acadêmico é central para os propósitos de expor a realidade de violações brutais de direitos humanos — incluindo as leis discriminatórias de Israel e a ocupação da Cisjordânia — eu senti a necessidade, com humildade, de cancelar o compromisso”, argumentou Moore a Eskanda.

De acordo com o fundador do Sonic Youth, o cancelamento é uma atitude que consiste em um engajamento pela causa palestina, além de uma forma de ativismo não violento. Moore, apesar de ressaltar que o show que fez em Israel em 1996 foi uma “experiência maravilhosa”,  se comprometeu a respeitar o boicote até o momento em que ele for necessário. 

O artigo de Eskanda também faz menção a outros artistas que já aderiram à causa. A cantora norte-americana Lauryn Hill cancelou há dois meses um show que faria em Tel Aviv por não ter conseguido agendar shows também em território palestino. Em 2010, os músicos Elvis Costello e Carlos Santana também desmarcaram apresentações em Israel depois de intensa pressão de ativistas pró-palestina.

Na última terça-feira (23), Caetano Veloso escreveu em uma carta que manterá o seu show previsto para o dia 28 de julho na capital de Israel. O documento foi uma resposta ao apelo de Roger Waters, ex-Pink Floyd, que pedia para o músico brasileiro cancelar a apresentação que fará com Gilberto Gil.


Comentários

2 respostas para “Na contramão de Caetano, líder do Sonic Youth apoia boicote à Israel”

  1. o show não será na capital de israel, Jerusalém , e sim em Tel Aviv, pequeno erro!

    1. Corrigido, Alícia. Obrigado!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.