O homem é realmente um bicho muito desumano, chega a ser monstruoso.
É inaceitável que se criem leões em cativeiro para que sejam abatidos em locais fechados apenas para realizar o desejo de caçadores. Pois é, isso acontece e é mais comum do que se imagina.
Javier Salas, do El País, conta que a Espanha é campeã europeia de troféus por esse tipo de caça. Da África, já importaram 364 prêmios, à frente de França (128) e Alemanha (160). No mundo, a Espanha só perde para os Estados Unidos, líderes absolutos com mais de 3.000 troféus.
Funciona assim: os leões são criados em cativeiros na África do Sul. Quando atingem idade para morrer, são soltos em um local fechado (parece irônico, mas é cruel) onde caçadores aguardam ansiosas para ver a cor do sangue. É a diversão de tirar a vida do rei da selva. Os animais não têm a menor chance de escapar. Cecil, o leão mais charmoso da reserva Hwange, no Zimbábue, tinha 13 anos. Seu corpo foi encontrado sem pele nem cabeça. Cecil demorou dois dias para morrer, agonizando e sangrando após ser atingido com flechas, só depois é que levou um tiro de rifle, o tiro da misericórdia.
O autor da façanha é um dentista norte-americano,Walter Palmer, de uma pequena cidade de Minneapolis, que pagou 50 mil euros para matar um animal símbolo. Cecil não teve nem chance de fugir nem de atacar, ficou simplesmente à mercê do gozo intenso de seu algoz.
Por que mesmo? Para ter a cabeça do animal exibida numa parede, como um Miró ou um Salvador Dalí.
Ah, poucos dias antes dessa crueldade sem fim ocorrida com Cecil, 36 filhotes de elefantes foram arrancados de suas mães para serem vendidos a zoológicos e circos.
Parabéns à humanidade.
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