O presidente da Generalidad da Catalunha, Artur Mas, assinou nesta segunda-feira (3) um decreto que convoca eleições para determinar a independência da região catalã em 27 de setembro. O próprio presidente classificou a votação como um “plebiscito à independência”, de acordo com o site Euronews. O decreto aprovado por Mas leva os catalães às urnas pela terceira vez em cinco anos.
“A Catalunha não está vivendo um período normal. Quando uma maioria enfática e clara de um país pretende exercer democrática e pacificamente o seu direito de decidir, que é rejeitado constantemente, o diálogo e as negociações ficam bloqueadas, como também o pacto ou o acordo. Isso significa que estamos perante uma situação excepcional, que requer também decisões excepcionais”´, argumentou Mas.
Um referendo que também pleiteava a independência da Catalunha foi realizado em 9 de novembro de 2014, porém foi considerado ilegal pelo governo da Espanha e pelo Tribunal Constitucional, os quais alegaram que se tratava de um ‘processo participativo’. O próprio Artur Mas admitiu que o referendo foi insuficiente para manifestar a vontade do povo catalão.
“Peço a Mas que respeite a legalidade e neutralidade, porque o mínimo que pode fazer é respeitar a vontade dos cidadãos da Catalunha e respeitar a lei. Ou seja, dissolver o Parlamento e convocar eleições autonómicas. Nada menos, e sobretudo nada mais”, disse Soraya Saez de Santamaría, vice primeira-ministra da Espanha.
O presidente da Espanha, Mariano Rajoy, contestou a decisão de Artur Mas e disse, segundo o El País, que “ninguém vai dividir a Espanha, de nenhuma maneira”. Rajoy até chamou os cidadãos da Catalunha para comparecer à votação, mas para “por fim a confrontação e a divisão interna”. O presidente também criticou os representantes políticos catalães que, segundo ele, querem decidir sobre a continuidade da Catalunha dentro da Espanha. “Isso teria que ser decidido por todo o povo espanhol”, argumentou.
Em resposta a Rajoy, Artur Mas defendeu validade do plebiscito: “A votação deve servir para responder se os catalães querem um Estado independente. Rajoy pode falar o que quiser. Se o sim ganha, ele vai ser o primeiro a dizer que a votação é um plebiscito. As eleições são válidas tanto se o sim ganhar quanto se o não ganhar.” Mas ainda explicou que a opção pelo plebiscito foi uma das únicas restantes para sanar esta discussão que permeia o território espanhol há décadas. “Nós queríamos fazer um referendo compactuado, mas não nos deixaram.”
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