No texto de apresentação da exposição dedicada a Abraham Palatnik, em cartaz na galeria Nara Roesler, em São Paulo, o curador Fernando Cocchiarale cita um trecho do livro Guia de História da Arte, de Giulio Carlo Argan e Maurizio Fagiolo para ressaltar a relevância do artista na história da arte. Palatnik, lembra Cocchiarale, “floresceu” em 1948, como parte da primeira geração de artistas abstrato-concretos do Brasil. Ao lado de Almir Mavignier e Ivan Serpa, é responsável pela “formação e desenvolvimento de uma cultura artística” radicalmente moderna no País e seu trabalho é um “marco histórico da ruptura da arte abstrata e concreta com o modernismo figurativo da primeira metade do século XX”.
Na mostra, que fica em cartaz até 12 de setembro em São Paulo, Cocchiarale reúne a produção recente de pinturas e relevos de Palatnik, das séries W e Relevo Progressivo, e também apresenta obras de seus pares, Mavignier, Serpa e Julio Le Parc. À ARTE!Brasileiros, Cocchiarale pondera que, para além do interesse pelos últimos trabalhos de Palatnik, a exposição reforça seu papel-chave nas artes visuais brasileiras. “A crise do abstracionismo nos anos 1960 não faz com que sua obra seja defasada. Tampouco ele precisa se inserir numa radicalidade hoje em dia. Ele é pioneiro da arte cinética e é preciso reconhecer, a partir de seu repertório, sua contribuição para a história”. diz.
Ainda em seu texto, o curador ressalta que o campo da produção de Palatnik é “permanentemente atualizado graças à sua capacidade permanente de transformar – e com isso tornar vivo e contemporâneo − o impulso histórico que há quase 70 anos vem dinamizando seu percurso criativo”.
Abraham Palatnik nasceu em 1928, em Natal (RN), e hoje vive e trabalha no Rio de Janeiro. Participou de oito edições da Bienal de São Paulo (entre 1951 e 1969), além da 32ª Bienal de Veneza, Itália (1964), ao lado de Mavignier, Volpi e Weissmann, entre outros. Suas obras integram acervos de instituições como: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o MoMA de Nova York, e o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, entre outras.
Veja abaixo algumas das obras presentes na mostra:
Serviço – Abraham Palatnik
Até 12 de setembro
Galeria Nara Roesler – Avenida Europa, 655 – Jardim Europa – São Paulo/SP
(11) 3063.2344
nararoesler.com.br
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