O jornalismo não acabou, é tudo blá, blá, blá

Claudio Abramo, em 1984. Foto: Hélio Campos Mello
Claudio Abramo, em 1984. Foto: Hélio Campos Mello

Tem crise, pessimismo, demissões, gente questionando a profissão, jornalista dizendo que o jornalismo acabou. Não acredito em nada disso, porque para mim o jornalismo é quase um estado de espírito, jornalismo é minha alma.

É claro que empresas estão, sim, se aproveitando da “crise” para trocar salário X por salário Y. Claro que megaportais terão de rever seus métodos e modelos e reinventarem-se para ter sobrevida. Ninguém aguenta mais páginas gigantescas repletas de informações caça-cliques. Esse modelo está falido, não informa, apenas prende os que buscam diversão, não informação. Quem não tem respaldo financeiro por trás precisa de criatividade e profissionalismo. Esse é o caminho.

É desse jornalismo que estou falando, é esse jornalismo que está nas pessoas que conheço e que são grandes profissionais, ainda que desempregados, mas desempregados há advogados, cantores, garis, administradores, diaristas, engenheiros, médicos, políticos, tem até pai de santo desempregado  Mas eu não vejo colegas de outras áreas dizendo, por exemplo, que a medicina acabou. Vamos mudar a retórica, esse negativismo não leva a nada.

O jornalismo não acabou, nem vai acabar. Estamos numa fase ruim, mas passa. Não sei ser pessimista, acredito no talento de ir em frente mesmo quando está difícil. Neste momento é possível que muitos deixem o jornalismo para sobreviver de alguma outra forma, é totalmente justo, mas certamente será temporário.

Não, o jornalismo não vai acabar, nem pode. Se acabar é porque nunca existiu. Mas existe, e você está aqui lendo isso agora!

#tamojunto


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