“Temos uma visão velha sobre os velhos”, disse o diretor de Criação Digital da Agência FCB Brasil, Pedro Gravena, durante o Painel Empreendedorismo e Oportunidades de Negócios do seminário Economia da Longevidade: Oportunidade de Crescimento, Inovação e Bem-estar, organizado por Brasileiros na manhã desta quinta-feira (13), em São Paulo. Para ele, no entanto, os idosos costumam ser mais alegres e felizes do que se supõe.
Recentemente, ele participou da criação de uma peça de publicidade da rede de escolas de ensino de idiomas CNA, em que idosos norte-americanos conversavam com adolescentes brasileiros por meio de videoconferências. O resultado foi uma troca de ideias, experiências e visões entre duas gerações, tudo isso permeado, claro, pela aprendizagem da língua inglesa: os diálogos são analisados posteriormente por professores da escola, que avaliam a conversação e evolução dos alunos a partir dessas conversas.
O vídeo (veja abaixo), exibido no seminário, mostra senhores e senhoras do Windsor Park, em Illinois, nos Estados Unidos, um centro de acolhimento de idosos, conversando com os meninos brasileiros.
“Esse projeto do speaking exchange fez sucesso no mundo todo e inspirou gente, por exemplo, na Alemanha, onde começaram a ensinar alemão para brasileiros nos mesmos moldes. Foi bem divulgado no mundo todo. A ideia inicial foi para frente porque pensamos: ‘poxa, tem tanto idoso sozinho que poderia ensinar inglês’. No meio do projeto, nos adaptamos. Nós percebemos que eles não são coitadinhos, apesar de a mídia estar já com uma ideia pré-concebida de que eles são, de fato, coitadinhos. Essa visão não partiu da agência nem da escola, mas dos veículos de imprensa. Eles estavam dispostos a ensinar”, disse ele.
Brasileiros organiza nesta quinta-feira (13), em parceria com o Centro de Estudos da Economia da Longevidade, o seminário Economia da Longevidade: Oportunidade de Crescimento, Inovação e Bem-estar, que discute o envelhecimento populacional sobre a ótica do crescimento econômico e da produção industrial. É a primeira vez que as empresas são chamadas para discutir o tema no Brasil, mostrar seus “cases” e discutir a visão estratégica sobre a dinâmica populacional.
“A economia da longevidade é sempre vista como apenas como um filão de mercado e de consumo a partir do maior número de idosos na população. Essa é uma definição simplista e não está de acordo com o que está na literatura e na ação de muitos países europeus, como a França. É uma estratégia de crescimento econômico nos países industrializados e de produção industrial. Mais do que isso, a gerontecnologia estimula a economia, discute o envelhecimento com outra perspectiva que não tratar os mais velhos como bombas-relógios”, disse na abertura do seminário, Jorge Félix, curador do evento, diretor do Centro de Estudos da Economia da Longevidade e que mantém um blog em Brasileiros sobre o assunto.
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