A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo convocou todos os 32 policiais que estavam trabalhando em Osasco e Barueri na noite da última quinta-feira (13), quando 18 pessoas foram assassinadas e seis ficaram feridas na maior chacina do ano, para prestar esclarecimentos sobre as mortes em série. As informações são do G1.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-SP), os policiais convocados, que pertencem ao 42º Batalhão de Osasco, são apenas testemunhas nas investigações sobre os crimes e não são considerados suspeitos. Contudo, a Polícia Civil apura a suspeita de participação de militares na chacina, principalmente em função dos latrocínios de um policial militar e um guarda civil metropolitano poucos dias antes dos assassinatos.
De acordo com as investigações, os crimes podem ter sido cometidos por vingança da morte do guarda civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri, e do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em Osasco. Na manhã da sexta-feira (14), um dia após os crimes, o Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que “nenhuma hipótese será descartada” em coletiva de imprensa.
Um fator importante levantado pela Polícia Civil foi que quatro dos assassinos utilizaram um carro Peugeot prata em pelo menos cinco dos ataques da chacina. Outros dois utilizaram uma motocicleta preta em três locais diferentes. Já em Barueri, as investigações mostram que dois ataques foram cometidos por criminosos em um Sandero prata.
Na coletiva, Moraes disse que a Polícia Civil está com uma força-tarefa formada por 50 pessoas, entre policiais civis, investigadores e delegados. O Ministério Público (MP) acompanha as investigações. Além dos promotores Marco Antonio de Souza e Helena Bonilha, de Osasco, e Vitor Petri, de Barueri, também acompanharão a investigação sobre os crimes o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep).
Osasco foi alvo de assassinatos dias antes de chacina
O programa Profissão Repórter, que foi ao ar nesta terça-feira (17), teve acesso a documentos que mostram que seis pessoas foram assassinadas em um período de seis horas em Osasco. Os crimes ocorreram na semana anterior à noite da chacina. Os homicídios destacados na reportagem aconteceram no dia 8 de agosto, poucas horas depois do assassinato do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira durante um assalto.
De acordo com a reportagem, uma fonte que não se quis se identificar revelou que seu irmão pode ter sido vítima de uma represália de policiais antes mesmo da chacina da última quinta-feira. Rafael da Silva Santos, de 24 anos, tinha passagem por roubo e levou oito tiros enquanto andava na rua ao lado de um primo, que também foi baleado seis vezes. O primo sobreviveu e está internado em um hospital da região.
Os dois primos não foram os únicos baleados daquela noite. Boletins de ocorrência mostram que, algumas horas após a morte do policial, pelo menos seis pessoas foram executados. Os números assustam pois a cidade de Osasco registrou uma média de cinco assassinatos por mês no primeiro semestre de 2015.
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