“Os imigrantes e refugiados nos desafiam. A resposta é o Evangelho da Misericórdia”. Esse é o tema do papa Francisco para a 102ª celebração do Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que ocorre no dia 17 de janeiro de 2016. Segundo nota divulgada nesta quinta-feira (20) pelo Vaticano, o assunto escolhido pelo Pontífice “deve ser inserido, logicamente, no contexto do Ano da Misericórdia”. Entre os dias 8 de dezembro deste ano e 20 de novembro de 2016, a Igreja Católica celebrará o Ano Santo Extraordinário, também conhecido como Jubileu. O período é conhecido pelas graças espirituais aos fiéis e é uma espécie de chamado para aqueles que estão afastados retomarem sua vida religiosa.
Para o Conselho Pontifício da Pastoral para Migrantes, o tema quer debater a “dramática situação de tantos homens e mulheres, obrigados a abandonar suas próprias terras”. Neste contexto, Jorge Mario Bergoglio quer convidar o povo cristão a refletir durante o Jubileu sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, entre as quais se inclui o “acolhimento de estrangeiros”.
Considerando que o sucessor de Bento 16 pediu o máximo envolvimento das igrejas locais nos eventos do Ano Santo, a data também será “particularmente celebrada em âmbito diocesano e nacional, no âmbito mais próximo aos migrantes e refugiados, com a participação deles, e envolvendo as comunidades cristãs”.
O convite da Igreja, informa ainda o Conselho Pontifício, é aquele de “não esquecer os aspectos de sensibilização na comunidade cristã ao fenômeno imigratório” e a “realizar sinais concretos de solidariedade”, querendo com que a “atenção com os imigrantes e a sua situação não seja reduzido a uma única data”.
A celebração foi criada pelo papa Pio 10 no ano de 1914 e, desde então, os papas escolhem temas para discutir no seio da comunidade cristã. No ano passado, o Pontífice escolheu como lema para a data a “igreja sem fronteiras, mãe de todos”, que pedia para que os cristãos convidassem “as pessoas mais frágeis” e fizessem o reconhecimento “do seu rosto de sofrimento, sobretudo nas vítimas das novas formas de pobreza e escravidão”. “A Igreja sem fronteiras, mãe de todos, propaga no mundo a cultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável. A comunidade cristã, se viver efetivamente a sua maternidade, nutre, guia e aponta o caminho, acompanha com paciência, solidariza-se com a oração e as obras de misericórdia”, destacava o texto.
A Itália é um dos países europeus mais atingidos pela atual crise imigratória que atinge a Europa. Ao lado da Grécia, a nação é a principal porta de entrada de milhares de pessoas que fogem de conflitos armados e da miséria de países do norte da África e do Oriente Médio. Para se ter uma ideia, só no mês de julho deste ano, mais de 107,5 mil clandestinos foram para a Europa, o número mais alto da história para um único mês. Segundo dados da Agência das Nações unidas para os Refugiados (Acnur), até o dia 14 de agosto, mais de 264,5 mil pessoas atravessaram o Mar Mediterrâneo para tentar encontrar a paz na Europa. Destas, 158,4 mil foram para ilhas gregas e 104 mil para a Itália.
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