A obesidade acomete uma em cada cinco pessoas no país (20,8%). O acúmulo de gordura corporal também é mais frequente nas mulheres: atinge 52,1% delas e 21,8% dos homens.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e foram divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo mostra também que há uma tendência de crescimento da obesidade, mas entre mulheres o problema cresce numa velocidade maior.
Em 2003, a obesidade de mulheres de 20 anos ou mais era de 14% e passou para 25,2% em 2013. Já entre os homens, o crescimento foi menor, de 9,3% para 17,5%.
Outro dado importante faz um alerta para a saúde das mulheres. Mais da metade delas (52,1%) apresentaram prevalência superior de obesidade abdominal, com cintura acima de 88 centímetros. O índice é menor entre os homens: 21,8% têm a cintura acima de 102 cm.
O dado é preocupante porque a gordura abdominal é um fator de risco para problemas cardíacos, hipertensão e diabetes.
Curiosamente, no entanto, o aumento da pressão arterial é maior entre os homens. O índice sobe para 25,3% entre homens e, nas mulheres, fica em 19,5%. Ao todo, 22% dos brasileiros têm pressão arterial elevada.
A Pesquisa Nacional de Saúde foi feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
Os dados sobre a obesidade foram obtidos porque a pesquisa mediu, ainda, o peso e a gordura abdominal dos participantes. Esse dado é inédito em pesquisas no Brasil e, por isso, não há parâmetros de comparação.
Dessa medida, os resultados mostram também que mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso (56,9%), o equivalente a 82 milhões de pessoas.
Bebês ingerem mais açúcar
O levantamento revelou ainda que 60,8% das crianças com menos de 2 anos comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial.
Mesmo com esse aumento, porém, o estudo demonstrou que as brasileiras continuam amamentando seus filhos após os seis meses de idade, período indicado por diretrizes de saúde para o aleitamento.
Mais da metade (50,6%) das crianças entre nove e 12 meses estão em aleitamento materno de modo complementar.
Para saber mais
Saúde!Brasileiros fez duas reportagens importantes para te ajudar a contextualizar essa pesquisa.
Uma delas questiona o padrão do IMC para avaliar a obesidade -embora aqui o Ministério da Saúde também tenha usado o parâmetro da gordura abdominal. Outra mostra que as metas de diminuição do sal e da gordura no Brasil estão a passos lentos e são pouco ambiciosos.
O acordo entre indústria e instituições de saúde para diminuir o nível de sódio e gordura nos alimentos é uma tendência mundial para tentar combater a obesidade e melhorar o controle da hipertensão arterial.
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