Segunda-feira ‘negra’ chega ao Brasil disparando dólar e derrubando ações da Vale e Petrobras

As gigantes Petrobras e Vale são as empresas brasileiras mais afetadas pela segunda-feira ‘negra’, como já ficou conhecido este 24 de agosto, data em que os mercados financeiros sofrem com o anúncio oficial da redução da atividade econômica da China. Enquanto o barril internacional do petróleo cai 4% e a Alemanha nega “consequências imediatas” para sua economia, a Bovespa despenca, o dólar dispara e Petrobras e Vale veem suas ações sendo negociadas aos níveis de 10 anos atrás.

Última a sentir os efeitos da crise mundial, a China anunciou aumento de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para o segundo trimestre de 2015, o menor desde o mesmo período do ano passado, que já havia sido de 7,4% – o mais baixo desde 1989.

As bolsas de Tóquio (-4,6%), Sydney (-4,09%), Taiwan (4,84%) e Seul (-2,47%) foram arrastadas pelos desempenhos de Xangai e Hong Kong, cujos índices caíram 8,46% e 5,17%, respectivamente. Na manhã de hoje, as bolsas europeias sofriam queda em Londres (-2,87%), Paris (-3,19%), Frankfurt (-3,09%), Milão (-3,26%) e Madri (-2,99%).

No Brasil, o dólar à vista, que bateu em R$ 2,58, registrava alta de 1,36% (R$ 3,54) no início da tarde, enquanto o Ibovespa, principal índice do mercado acionário do País, estava em queda de 3,26% (44.228 pontos) depois de desabar 6,5% na parte da manhã.

Petrobras e Vale foram as companhias nacionais mais afetadas. A primeira tem suas ações preferenciais a R$ 7,58, 8,79% de queda, o menor valor em 12 anos. A mineradora sofre o mesmo: redução de 8,55% na cotação de suas ações preferenciais, a R$ 12,30, o mais baixo desde setembro de 2004.

Em todo o mundo, os preços do petróleo recuaram mais de 4%, nível de seis anos e meio. O temor é que a crise financeira global reduza a demanda global pelo combustível. Na Alemanha, a segunda-feira ‘negra’ foi recebida sem alarde. O porta-voz da economia mais forte da Europa afirmou que  o governo está “monitorando dos desdobramentos na China”.  “As consequências para a Alemanha devem ser limitadas”, afirmou o porta-voz do Ministério da Economia.