O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, cedeu às pressões das ruas e renunciou ao cargo na noite desta quarta-feira (2) em meio à acusações de corrupção. Ele enviou uma carta ao Congresso comunicando a decisão, tomada poucas horas depois da Justiça emitir uma ordem de prisão contra ele. Pérez Molina é acusado de liderar um grupo que desviava recursos aduaneiros do país.
A notícia da renúncia causou surpresa. Na segunda-feira (31), o presidente havia declarado que não tinha a menor intenção de deixar o cargo e que estava muito seguro e tranquilo de que iria comprovar a falsidade das acusações. Já na terça-feira (1º), Pérez Molina se tornou o primeiro presidente da Guatemala a perder a imunidade. A renúncia dele está nas mãos do Congresso, que pode ou não aprovar o pedido.
De qualquer forma, com a decisão, tomada poucos dias antes das eleições gerais na Guatemala, marcadas para domingo (6), o vice-presidente Alejandro Maldonado assume a presidência interinamente até que seja anunciada a sentença definitiva sobre o futuro de Pérez Molina.
Justiça autorizou mandado de prisão
A Justiça da Guatemala expediu, nessa quarta-feira (2), mandado de prisão contra o presidente Otto Pérez, acusado de corrupção, a poucos dias das eleições gerais no país. “O mandado de prisão contra o presidente foi autorizado” pelo juiz Miguel Angel Galvez, encarregado do processo, anunciou a porta-voz do Ministério Público, Julia Barrera.
O escândalo de corrupção envolvendo Pérez estourou em abril, quando a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala, entidade da Organização das Nações Unidas com a função de sanear o sistema judiciário, submerso pelo crime organizado, acusou um dos principais assessores da ex-vice-presidente Roxana Baldetti de envolvimento numa rede de contrabando e fraude tributária.
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