Um dia após o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou o grau de investimento de empresas estatais federais como a Petrobras e a Itaipu, estaduais como as companhias de eletricidade do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, e privadas, como a Rede Globo e a AmBev. O Brasil foi rebaixado de BBB- para BB+.
Além da Petrobras, a Standard & Poor’s rebaixou as notas de 30 empresas como resultado do rebaixamento do Brasil. Entre elas, estão Eletrobras e Itaipu. Ambas tiveram a nota reduzida em um degrau, para BBB-, com perspectiva negativa. Isso significa que as duas mantêm o grau de investimento, mas há possibilidade de revisão para baixo.
“O rebaixamento da Eletrobras, de Itaipu e da Petrobras está em linha com nosso critério para entidades relacionadas ao governo”, justificou, em nota, a agência de classificação de risco.
No caso de algumas empresas brasileiras, a Standard & Poor’s optou por não rebaixar a nota de crédito. No comunicado divulgado nesta quinta-feira, a agência informa que manteve o rating com perspectiva estável para seis companhias. Destaca também que manteve o rating com perspectiva negativa para três empresas. Por fim, revisou a perspectiva de 14 companhias para negativa e colocou ratings em vigilância, com implicações negativas, para seis empresas.
A Petrobras se manifestou, por meio de nota, sobre o rebaixamento de sua posição pela agência Standard & Poor’s, dizendo que seus financiamentos não possuem cláusulas atreladas ao rating (avaliação de risco) das agências classificadoras de risco e que a reclassificação não provocará alterações nos contratos vigentes.
“A Petrobras tem adotado um conjunto de medidas internas de melhoria de seus processos produtivos e de gestão, de modo a reduzir custos e, com isso, conquistar maior competitividade. Até 2019, a companhia projeta obter redução de custos operacionais da ordem de US$ 12 bilhões. Dentre as medidas adotadas, destacamos a redução do volume de investimentos (Capex) e a priorização do segmento de exploração e produção conforme previsto no novo Plano de Negócios.”
Multa
Há alguns meses, no entanto, a S&P foi ré em um processo movido pelo Departamento de Justiça dos EUA, que acusou a agência de ter mascarado o grau de risco de investimentos nos chamados papéis subprime. Segundo as acusações, a empresa teria propositalmente ocultado chances de prejuízos durante a crise econômica de 2008.
Em um acordo extrajudicial anunciado em 3 de fevereiro, a S&P concordou em pagar ao Tesouro americano o equivalente a quase US$ 1,4 bilhão (R$ 5,4 bilhões na atual cotação).
São as seguintes as empresas rebaixadas pela Standard & Poor’s:
Eletrobras-Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Itaipu Binacional
Samarco Mineração S.A.
Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)
Votorantim Participações S.A.
Votorantim Industrial S.A.
Votorantim Cimentos S.A.
Companhia de Gás de São Paulo (Comgás)
Companhia Energética do Ceará (Coelce)
Elektro Eletricidade e Serviços S.A. (Elektro)
Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa)
Neoenergia S.A.
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba)
Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern)
Companhia Energética de Pernambuco (Celpe)
Atlantia Bertin Concessões S.A. (AB Concessões)
Rodovia das Colinas S.A.
Triângulo do Sol Auto-Estradas S.A.
Arteris S.A.
Autopista Planalto Sul S/A.
CCR S.A.
Autoban – Concessionaria do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A.
Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A.
Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A.
Ecorodovias Concessões e Serviços S.A.
Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A.
Santos Brasil Participações S.A.
AmBev – Companhia de Bebidas das Américas (AmBev)
Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo)
Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (Multiplan)
Ultrapar Participações S.A. (Ultrapar)
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