Mais de meio milhão de migrantes cruzaram as fronteiras da União Europeia (UE) desde o início do ano, quase o dobro dos 280 mil contabilizados ao longo de 2014, informou hoje a agência europeia de controle de fronteiras (Frontex).
“Mais de 500 mil migrantes ultrapassaram as fronteiras europeias nos primeiros oito meses deste ano, depois de em agosto ter sido registado o quinto recorde consecutivo, com 156 mil pessoas atravessando fronteiras”, lê-se num comunicado da Frontex. O texto ainda informa que, em todo o ano de 2014, o número de migrantes registado chegou a 280 mil.
ONU pede política integrada para migração
A Europa e demais países devem estabelecer uma política integrada para a atual onda migratória e adotar diretrizes comuns para um melhor acolhimento de refugiados. A ideia foi defendida pelo Alto Comissário do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra’ad Al Hussein.
“Peço que os gestores políticos na África, Ásia, nas Américas, e no Pacífico, bem como na Europa, tomem ações rápidas para estabelecer regras para as migrações, guiadas por princípios”, disse, por meio de um comunicado emitido na noite do último domingo (13). A Europa enfrenta a maior crise migratória desde a segunda guerra mundial. A estimativa é que mais de 430 mil pessoas tenham entrado no continente este ano, a maioria em busca de refúgio da guerra e repressão em países como a Síria.
No comunicado, Zeid Ra’ad Al Hussein saudou as manifestações de apoio aos refugiados promovidas em vários países europeus nesse fim de semana. Mas defendeu que é preciso expandir os canais de migração e estabelecer mecanismos para alojamentos regulares. Estas duas medidas, disse, “podem prevenir mortes e diminuir o tráfico de pessoas para a Europa”.
“Os Estados têm o direito soberano de defender as suas fronteiras e de determinar as condições de entrada e saída dos seus territórios”, reconheceu, acrescentando que “têm também a obrigação de respeitar as leis dos direitos humanos internacionais, as leis dos refugiados e a lei humanitária”.
Chamando atenção para a urgência, Zeid Ra’ad Al Hussein, insistiu que “os recentes e sucessivos anúncios de diferentes medidas de controle fronteiriço, por vários países afetados pela crise migratória, sinaliza para a importância de que seja estabelecida uma resposta abrangente”.
Nas Américas, o Brasil vêm recebendo muitos refugiados e na última semana o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que pretende receber 10 mil refugiados sírios até o ano que vem. O governo norte-americano vem sendo pressionado a contribuir de forma mais efetiva com a crise migratória.
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