No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de pessoas vivendo com Alzheimer. No mundo, 35,6 milhões de indivíduos sofrem com a doença. A tendência, no entanto, é de aumento. Em razão do envelhecimento da população, a Organização Mundial de Saúde estima que serão 65,7 milhões doentes em 2050.
Apesar das estatísticas, não há tratamento específico para a condição, que está longe inclusive de ter a taxa de sucesso de recuperação de outras doenças, como o câncer. Mas a esperança para reverter a situação é que a ciência avance rapidamente no conhecimento dos mecanismos da doença. É o que estão fazendo, por exemplo, alguns pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA). Um deles é o professor de neurologia Dale Bredesen.
Para o especialista, o mundo está lidando com várias doenças achando que é apenas uma, como ocorria com o câncer.
“Os cientistas têm tido sucesso com remédios-alvo para tipos específicos de câncer porque fazem o sequenciamento genético de cada tumor”, diz Bredesen. “No Alzheimer, entretanto, não temos um tumor para sequenciar, não sabemos ainda direito o que ocorre”, explica.
O que a equipe de Bredesen começou a fazer para tentar descobrir o que está acontecendo é o mapeamento dos mecanismos e caminhos do organismo que levam ao surgimento da doença. Seriam essas causas metabólicas, genéticas?
Talvez tudo isso. Os cientistas fizeram testes metabólicos em 50 pacientes com a doença por um período de dois anos e publicaram os resultados na edição desse mês da revista Aging.
Uma das condições, segundo o pesquisador, é inflamatória. Nela, estão presentes alguns marcadores específicos, como a albumina. Marcadores são substâncias associadas a uma condição e que podem ser mensuradas.
Há também o tipo não-inflamatório. Nele, esse biomarcador não está presente, mas há alterações metabólicas similares.
Uma outra forma da doença se distribui por todo o cérebro e afeta indivíduos relativamente jovens. Não há comprometimento da memória no início, mas os doentes tendem a perder competências linguísticas. Em geral, é subdiagnosticado e está associado a uma deficiência de zinco.
Após essas descobertas, a equipe da Universidade da Califórnia pretende ir adiante nos estudos. “Esperamos desenvolver testes que envolvam medicamentos mais específicos e a identificação do tipo de Alzheimer”, diz Bredesen.
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