Cirurgia inédita feita na USP melhora sequelas de derrame cerebral

Procedimento inédito no cérebro foi realizado na USP. Foto: Ingimage
Procedimento inédito no cérebro foi realizado na USP. Foto: Ingimage

Um time de pesquisadores das áreas de neurocirurgia e neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo realizou um procedimento pioneiro para amenizar as sequelas motoras de uma paciente que teve  Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi), o popular derrame. 

Durante o procedimento, feito em abril do ano passado, foram inseridos microeletrodos no cérebro de uma mulher de 52 anos. Também foram colocados fios sob a pele para conectar o artefato a um neuroestimulador (emite os pulsos elétricos necessários para a estimulação) implantado na parte superior do peito. 

Os pulsos elétricos são de baixa intensidade e podem ser regulados pelo médico. Sua função é estimular áreas selecionadas para bloquear os sinais que causam os sintomas incapacitantes da doença. O objetivo é permitir que o paciente consiga maior controle sobre os movimentos corporais e mais coordenação, com melhora na qualidade de vida.

Os resultados do estudo são descritos em artigo publicado na revista Parkinsonism and Related Disorders. “A paciente apresenta melhora significativa na marcha, escrita e manipulação de objetos”, atesta o neurologista Manoel Jacobsen Teixeira, da Universidade de São Paulo. 

 

A equipe brasileira acredita que a nova técnica tem potencial para transformar o tratamento atual, feito com medicamentos e reabilitação. 

Conhecida como estimulação cerebral profunda, a cirurgia para o AVC se assemelha ao procedimento realizado na doença de Parkinson, porém a estimulação ocorre em local diferente. “No Parkinson, é estimulado o núcleo subtalâmico, estrutura do cérebro envolvida no programa motor e na velocidade dos movimentos. Nos casos de AVC, estimula-se o núcleo denteado, uma estrutura relacionada à  coordenação dos movimentos e bastante afetad”, explica o neurologista Jacobsen. 

O grupo anunciou que irá desenvolver um protocolo para avaliar a segurança e eficácia do método em pacientes com ataxias cerebelares secundárias ao acidente vascular cerebral e outros tipos de ataxias. Trata-se de um transtorno neurológico caracterizado pela falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e de equilíbrio. 

 


Comentários

3 respostas para “Cirurgia inédita feita na USP melhora sequelas de derrame cerebral”

  1. Avatar de Darlene Amorim de Oliveira
    Darlene Amorim de Oliveira

    O sonho de todos os SOBREVIVENTES do AVC parece estar se aproximando da realização. Com o tempo,aprendemos a conviver ou não com as sequelas,mas acredito que muitos como eu,percebem que podemos melhorar e muito, mesmo,qd os profissionais que nos acompanham,dizem que NÃO existe mais como melhorar.Cada um de nós é único e nos conhecemos e sabemos de nossa capacidade.É muito triste qd um profissional nos desestimula,mas qd vemos que ainda existem profissionais que continuam na luta em busca de novas descobertas,é MARAVILHOSO! Por favor não nos abandonem.

  2. Avatar de cristiane monticelli
    cristiane monticelli

    Sera qbesse procedimento é possivel em quem teve avc de tronco?!

  3. Avatar de Fabiana Cabral
    Fabiana Cabral

    Ola bom dia!!!

    Fiquei muito interessada por este tratamento , minha mae teve avci a 6 meses e comprometeu 50% do cerebro dela , ela ficou com todo o lado direito paralisado. Fala com dificuldade, mexe muito pouco a perna direita, Os neurologistas dizem que é um AVCI muito grande e consideravel, ela tem 61 anos e o AVCI ela teve a 6 meses.

    Ajuda a minha mae por favor .

    Grata
    Fabiana
    11 97306-7707

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