Apesar da gritaria de empresários do setor de serviços, a receita nominal do ramo cresceu 2,1% em julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. A taxa é a mesma de junho, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa acumulada no ano chega a 2,2%. Em 12 meses, a receita acumula crescimento nominal de 3,3%.
Em julho, o segmento que mais cresceu foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares (3,5%), seguido pelos transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (2,8%), serviços prestados às famílias (2,5%) e serviços de informação e comunicação (0,8%). O único segmento com queda na receita nominal foi o de outros serviços (-0,8%).
Mesmo diante desses números, o empresariado do setor fala em aumento do “desemprego, inflação e recessão ainda maior” para impedir a proposta do governo federal de unificar o PIS e o Cofins, impostos cobrados pela União sobre o faturamento de médias e grandes empresas, inclusive públicas.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), de julho, conclui que a unificação pressionaria a inflação porque, só as empresas de serviços, repassariam para o consumidor um reajuste médio de 4,3%. Esse repasse teria impacto de 0,6 ponto percentual sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), hoje em 9,56%.
O setor deve ser mais afetado que a Indústria e o Comércio porque mais de 50% dos custos do segmento é com mão-de-obra, enquanto essa proporção é de 20% na Indústria. O estudo indica que Serviços passariam a transferir para o governo um montante de R$ 32,5 bilhões por ano.
Responsável por contratar o estudo, o presidente da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), Mario Berti, lamenta a sugestão do governo: “A simplificação e unificação de tributos é sempre importante, mas as regras do jogo devem ser mantidas, sem aumento de impostos, já que na prática é o consumidor que paga todo e qualquer tributo embutido no preço”.
*Com Agência Brasil
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