Aproveitando a boa fase com duas músicas tocando na rádio 89FM, a banda Preto Massa faz dois shows em São Paulo em um intervalo de quatro dias. A primeira apresentação é dentro do Playing for Change Day no sábado (19), a segunda é no Puxadinho da Praça na terça-feira (22).
O grupo mineiro formado por Ale Massau (voz), Fabinho Ferreira (baixo), Egler Bruno (guitarra) e Xande Tamietti (bateria), músicos experientes que já passaram por grupos como Emmerson Nogueira, Flávio Renegado, Pato Fu e Cidade Negra, lançou seu primeiro disco em 2013 e investe agora sua energia em um trabalho autoral e próprio.
Batemos um papo rápido com a banda, dá uma olhada:
Brasileiros – A banda tem uma trajetória um pouco torta, estou enganado? Vocês tem dez anos considerando o tempo parado, mas só agora estão trabalhando o disco de 2013.
Ale Massau – O que não é torto no Brasil, né? Na verdade, nós sempre nos consideramos prestadores de serviços para as bandas que admirávamos e respeitávamos. Apesar disso, cada um sempre teve a vontade de ter o próprio som e a própria banda. As coisas foram acontecendo na trajetória de cada integrante, o que foi importante para a nossa formação pessoal como músicos. Até que chegou um momento em que decidimos dedicar toda a nossa energia no Preto Massa. O resultado positivo veio com duas músicas na programação da rádio 89FM (Fumaça e O Que a Gente Vê), por exempo.
É difícil trabalhar com o rock no Brasil hoje? Faz tempo que uma banda com o som mais pesado consegue uma projeção grande.
Ale Massau – Dificuldade você vai encontrar em qualquer segmento musical. Isso é natural. Mas tratamos os empecilhos como parte do processo. Sem dificuldade, não tem luta vencida, não tem garra. A gente nota que existem pessoas preocupadas com o renascimento do rock no Brasil. O Preto Massa está preparado para esse corre.
O Seu Jorge comentou recentemente que por ser do subúrbio o rock não chegou para ele. “(No Brasil) O rock não é um gênero pro negro”, ele cravou. Como o rock chegou para vocês em BH, no suburbio da cidade?
Ale Massau – Eu e o Egler Bruno nascemos e crescemos na periferia mesmo. Não concordo totalmente com o que o Seu Jorge falou, porque o meu primeiro contato com o rock foi na periferia. Assim como eu tive acesso ao samba, ao reggae e ao sertanejo, eu também tive acesso ao rock. Sempre me deparava com uma rapaziada vestida de preto, uns cabeludos. Era um movimento pequeno, mas existente. A questão é que se você quer crescer, você vai ter que sair dessa periferia. Muitas vezes o som não chega porque as pessoas não buscam. Existe certo comodismo.
Egler Bruno – É difícil rotular e generalizar, porque vai da vida de cada um. Não tem essa de ser som de negro ou som de branco. Não fazemos distinção. É música. O rock chegou na minha casa mesmo eu morando na periferia. Se não tivesse chegado, eu teria ido atrás, porque é com o que me identifico. Também tem o lance das bandas quererem que o som delas chegue nesses lugares. É mais difícil tocar na periferia, sem dúvida. Queremos fazer shows do Preto Massa nesses lugares.
Qual o processo de composição da banda? Vocês assinam as músicas sempre juntos. Quando vem um álbum novo aí?
Ale Massau – O processo de composição do Preto Massa é conjunto. Um dos principais motivos do Preto Massa ser formado, foi a capacidade que cada um tinha para fazer acordes, fraseados, estrofes e argumentos das composições. É todo mundo junto sempre. Muitas vezes, eu falo pela banda, mas tudo sempre é discutido com todos. Em relação ao disco, logo vem algo novo por aí.
Egler Bruno – Apesar de o nosso disco ser de 2013, começamos a trabalhar ele em 2015. Ainda é um trabalho novo. Não podemos nos atropelar. Mas a gente adianta que, independente do disco, uma música nova está chegando ainda esse ano.
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Playing for Change Day – Largo da Batata
19 de setembro (sábado), às 15h
Censura: Livre
Entrada: Grátis
Puxadinho da Praça
22 de setembro (terça-feira), 21h
Endereço: Rua Belmiro Braga, 216
Ingressos: R$ 20,00
Venda online
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