Os índices econômicos no Brasil continuam despencando. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda pelo segundo mês seguido, 0,02% em julho, na comparação com junho. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) até o final do ano também passou de 2,55% para 2,70%.
Esse é o segundo mês seguido de queda na atividade econômica. Em junho comparado a maio, houve queda de 0,73%. Nos sete meses do ano, apenas em fevereiro e em maio houve crescimento quando comparado aos meses anteriores: 0,75% e 0,06%, respectivamente.
Em relação a julho de 2014, houve retração de 4,25%. Nos sete meses do ano, contra igual período de 2014, o índice desabou 2,74%. Em 12 meses encerrados em julho, a retração chegou a 1,93% (dados sem ajuste sazonal).
Já a projeção de instituições financeiras para a retração da economia este ano piorou pela décima vez seguida. Desta vez, a estimativa para a queda do PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, passou de 2,55% para 2,70%. Para o ano que vem, a expectativa de retração também foi alterada: de 0,60% para 0,80%, no sétimo ajuste consecutivo.
Essas estimativas são do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6,45%, este ano. Na semana passada, a projeção de queda era 6,20%. Em 2016, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento está cada vez menor: passou de 0,50% para 0,20%, no quarto ajuste seguido.
O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta este ano, de 4,5%, com limite superior de 6,5%. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustada de 9,28% para 9,34%. Para 2016, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta, em 5,70%, contra 5,64% previstos na semana passada. Esse foi o sétimo aumento seguido na projeção para inflação em 2016.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois desse ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.
Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida somente no ano que vem. A projeção média para o fim de 2016 passou de 12% para 12,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficiente para produzir os efeitos esperados na economia. A instituição costuma dizer que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,77% para 8,25%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,77% para 7,86%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 9,30% para 9,46%, este ano.
A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi ajustada de R$ 3,70 para R$ 3,86. Para o fim de 2016, a projeção chegou a R$ 4, ante a estimativa anterior de R$ 3,80.
*Com Agência Brasil
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